José
Saramago
Nesse primeiro texto: “A Justiça, a
Democracia e os Sinos”, José Saramago fala sobre a eficiência da democracia,
ilustrada aqui por uma história que ele conta ocorrida na cidade de Florência
com um capônes injustiçado que tocou os sinos da igreja para anunciar a morte
da justiça. Não que alguém tivesse morrido, mais ao tocar o sino da igreja,
estava convocando as pessoas da comunidade para comunidade que estava
anunciando a morte
da justiça por aquilo que estava ocorrendo com ele.
da justiça por aquilo que estava ocorrendo com ele.
Para Saramago, os sinos de hoje são
movimentos sociais representados pelas entidades participativas, sindicatos,
etc, que erguem suas vozes contra as injustiças sociais existentes e pelos
direitos humanos. Todavia, estes também muitas vezes estão a serviço do poder
dominador não representando de fato as pessoas, mas estão sob a égide do poder
econômico vigente. É o capitalismo sepultando a democracia.
As vozes que clamam nas ruas, nos
becos, nas vias públicas, nos hospitais, não são ouvidas, simplesmente porque o
poder econômico é maior e domina a tudo e a todos. Como exemplo disso cito o
caso do ambientalista morto esta semana na região norte do Brasil que defendia
o meio ambiente e sua degradação, vitima de uma emboscada feita por fazendeiros
que desmatam e roubam madeira. Essa voz foi silenciada por causa do poder
econômico.
Todavia, bem antes dos sinos de
Florença, temos um anuncio contra a falta de justiça feita pelo profeta Isaías
no VIII século antes de Cristo. Veja como o profeta fala ao povo de Israel:
“Assim
a justiça retrocede e a sabedoria fica longe, porquanto a verdade Tombou na
praça e a honestidade não consegue mais entrar na cidade. Pelo que o direito se
tornou atrás, e a justiça se pôs de longe, porque a Verdade anda tropeçando nas
ruas, e a equidade não pode entrar”¹.
Como são atuais as palavras de
Isaías para a geração presente. Fica claro que tanto no exemplo trazido por
Saramago dos servos de Florença que tocaram os sinos para anunciar a morte da
justiça, como aqui no texto do profeta Isaías, que não pode haver democracia
sem justiça social e plena.
No segundo texto sobre a “ilusão do
mundo democrático”, Saramago chama a atual democracia de “Bolha democrática”,
onde tudo funciona perfeitamente, no entanto o sistema é mantido com vistas a
manutenção do poder econômico, assim o poder mantem a democracia distante do
que deveria ser. A democracia, com seus ideais de participação popular termina
por trazer insegurança e medo as pessoas, servindo apenas a interesses
enconomicos e não sociais.
Portanto, podemos concordar com
Saramago quando diz que vivemos uma “Plutocracia”, governo dos ricos, porque há
um sistema que alimenta essa cadeia maléfica onde os ricos ficam cada vez mais
ricos, e os pobres cada vez mais pobres. A
plutocracia (do grego ploutos: riqueza; kratos:
poder) é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo mais rico.
Do ponto de vista social, esta concentração de poder nas mãos de uma classe é
acompanhada de uma grande desigualdade e de uma pequena mobilidade².
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1. A
Bíblia da Pregadora. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil: Curitiba, PR:
Editora Evangélica Esperança, 2009. Página 673.
2. https://pt.wikipedia.org/wiki/Plutocracia,
consultado em 28 de agosto de 2015.
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