domingo, 29 de novembro de 2015

“NÃO SE DEIXEM ENGANAR PELOS CABELOS BRANCOS, OS CANALHAS TAMBÉM ENVELHECEM”

Com a devida licença dos bons políticos, eu gostaria de iniciar os meus rabiscos lembrando uma frase do ilustre jurista, político, diplomata, filólogo e escritor Rui Barbosa. “Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, os canalhas também envelhecem”. Cem anos se passaram, talvez um pouco mais e a frase do nosso ilustre e histórico personagem nunca esteve tão atual. É a triste decadência da sociedade de políticos dos
nossos dias. Ao tratar dessa questão, eu me sinto na obrigação de lembrar das devidas exceções, daqueles que fogem à essa triste regra, aos que não se incluem na quase unanimidade perversa e criminosa do cenário atual. Excluo desse covil de assaltantes, os políticos honestos. 
         Os noticiários estão repletos de velhos canalhas. São os mesmos que atravessam gerações, não mudam nem medem esforços para satisfazerem seus apetites insaciáveis pelo “vil metal”, fazendo da medida do ter uma unidade quase infinita. E nesse “balaio de gato”, tem canalhas para todos os gostos: temos aqueles que quando desmascarados afirmam que receberam depósitos na sua conta bancária por engano; temos aqueles que quando apanhado no crime, afirmam desconhecer as contas bancárias que tem; temos os que diante da perda do sigilo bancário, juram que o dinheiro registrado no seu extrato não lhe pertence; e temos até os que usam dólares para forrar a parte interna da cueca. São bilhões de reais amortizando a gana desses deletérios da coisa pública. É muita grana. É dinheiro que sai do bolso do contribuinte; que sai da boca do estudante, que ficou sem merenda escolar e sem educação; que sai da segurança pública que não existe e mesmo assim leva milhões de reais. É dinheiro que deixa de entrar na saúde pública, onde centenas de pessoas doentes são amontoadas todos os dias nos corredores daquilo que deveriam ser hospitais, mas parecem matadouros. E nesse mecanismo perverso que os pobres continuam mais pobre e os canalhas mais ricos. Um verdadeiro ciclo vicioso, onde o pobre povo não cobra os direitos por não ter uma educação de qualidade e não tem uma educação de qualidade por não lhe cobrar como de direito. Assim, esses delinquentes sexagenários continuam surrupiando o leite, a segurança, a saúde e a educação em forma de cédulas monetárias. Felizmente junto com a evolução da criatividade criminosa, vem também o aperfeiçoamento dos agentes da lei, que tem apontado mesmo de forma tímida, para o início de uma nova era na justiça brasileira. De modo que, hoje as cadeias já não recebem como hospedes apenas os negros, os pobres e as prostitutas, mas também os indesejáveis “velhinhos de cabelos brancos”. É o Brasil dando adeus a uma justiça que as vezes tarda, as vezes falha e as vezes tarda e falha.

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