De
janeiro de 2012 a janeiro de 2017, pelo menos 716 presos fugiram e outros 116
morreram em unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Os dados são de um
relatório do governo do RN enviado à Procuradoria Geral da República, nesta
sexta-feira (10), em resposta a questionamentos do procurador-geral, Rodrigo
Janot, sobre a crise no Sistema Penitenciário potiguar.
Os
números, no entanto, podem ser ainda maiores, pois os dados apresentados pelo
governo referentes aos anos de 2012 e 2013, por exemplo, não apresentam
precisão. Em alguns relatos de fugas desses anos a quantidade de foragidos não
é especificada.
No
próprio documento, o governo faz a ressalva: “É importante registrar que a
Seção de Inteligência foi implantada no atual Governo, ocasião em que foi dado
início ao trabalho mais intenso de coleta de informações das unidades
prisionais do Estado, incluindo as ocorrências das gestões de governos
anteriores”.
Os
questionamentos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a
situação do Sistema Penitenciário do RN foram feitos após as rebeliões no
presídio de Alcaçuz, em Nísia Floresta, que resultaram em pelo menos 26
detentos assassinados.
O
governo do estado explica ainda que as mortes nos presídios são investigadas
pela Polícia Civil e os dados apresentados no ofício dizem respeito a
procedimentos instaurados. Do total de 116 mortes que constam no documento, 112
foram confirmadas como homicídio, uma como suicídio, duas estão com “causa
ainda não definida” e uma foi caracterizada como “ação típica do estado”.
Neste
ano de 2017, foram registradas outras duas mortes que não constam no relatório
apresentado pelo governo à Procuradoria Geral da República, pois aconteceram no
início deste mês março. No dia 4, dois detentos foram encontrados mortos na
Cadeia Pública de Mossoró, região Oeste do estado.
De
acordo com documento que o site G1 teve acesso, do total de 8.231 detentos que
compõem a população carcerária do Rio Grande do Norte, 6.323 são presos
sentenciados ou provisórios. Outros 1.107 são de regime semiaberto e 801 do
regime aberto. O estado do Rio Grande do Norte prevê, em seu planejamento
estratégico, a criação de 4.603 vagas, a serem disponibilizadas nos próximos
cinco anos, conforme Plano Diretor em elaboração.
Nesta
sexta-feira (10), foi anunciado que duas novas unidades serão construídas no
município de Santana do Seridó, sendo cada uma com capacidade para 603 presos,
totalizando 1.206 novas vagas.
Além
disso, a Cadeia Pública de Ceará-Mirim também está sendo construída com
capacidade para mais 603 detentos.
Com
base nas informações que foram repassadas pelo governo do RN, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá analisar se recorre ao
Supremo Tribunal Federal solicitando que seja decretada Intervenção Federal no
Sistema Penitenciário potiguar.
Blog
do BG
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