O
juiz Sérgio Moro afirmou na sentença em que condenou o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (12) que foi intimidado e que não
decretou a prisão neste momento do processo por "prudência".
Moro afirmou que há pelo menos dois
depoimentos no processo dizendo que Lula teria orientado a destruição
de provas
no caso.
“Até
mesmo promoveu ação de indenização contra testemunha e que foi julgada
improcedente, além de ação de indenização contra jornalistas que revelaram
fatos relevantes sobre o presente caso, também julgada improcedente”,
complementou.
“Tem
ainda proferido declarações públicas no mínimo inadequadas sobre o processo,
por exemplo sugerindo que se assumir o poder irá prender os procuradores da
República ou delegados da Polícia Federal”, escreveu ainda Moro.
“Essas
condutas são inapropriadas e revelam tentativa de intimidação da Justiça, dos
agentes da lei e até da imprensa para que não cumpram o seu dever”, afirmou.
“Aliando esse comportamento com os episódios de orientação a terceiros para
destruição de provas, até caberia cogitar a decretação da prisão preventiva do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, argumentou.
"Entrentanto,
considerando que a prisão cautelar de um ex-presidente da República não deixa
de envolver certos traumas, a prudência recomenda que se aguarde o julgamento
pela Corte de Apelação antes de se extrair as consequências próprias da
condenação", concluiu.
Moro
disse ainda que não tem satisfação pessoal com a condenação de Lula. "Por
fim, registre-se que a presente condenação não traz a este julgador qualquer
satisfação pessoal, pelo contrário. É de todo lamentável que um ex-presidente
da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os crimes por
ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei", disse. "
Prevalece, enfim, o ditado "não importa o quão alto você esteja, a lei
ainda está acima de você"
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