quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Polícia Federal usa “maleta espiã” para invadir celulares

"Maleta espiã" com equipamentos e cabos para extração de dados de celulares: equipamento é utilizado pela PF em diversas operações diferentes
Aiuri Rebello
Do UOL, em São Paulo
Quando a Polícia Federal apreendeu, no final de 2015, todos os telefones celulares do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –antes de ele ser afastado do mandato pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e
preso por decisão do juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato–, aliados temiam que o conteúdo de conversas armazenadas nos aparelhos pudessem complicar a vida dele e de seus interlocutores com a Justiça criminal. Na ocasião, Cunha chegou a declarar que não estava preocupado, pois não havia nada comprometedor guardado nos aparelhos.
Um ano e meio após a apreensão dos celulares e com o ex-deputado preso e condenado na Lava Jato, além de respondendo a outros processos e inquéritos, a Justiça retirou o sigilo das informações e veio a público que a PF, de fato, encontrou indícios comprometedores em conversas extraídas de um celular de Cunha.
Na Operação Zelotes, informações contidas nos celulares de diversos suspeitos foram determinantes para a abertura do processo do BankBoston, no qual funcionários do banco, Receita Federal, advogados e ex-conselheiros do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) são acusados de livrar o banco em cerca de R$ 500 milhões em multas fiscais por meio de um esquema de corrupção.
No ano passado, a PF, por meio do Instituto Nacional de Criminalística, investiu R$ 440 mil na renovação de 25 licenças de uso para uma tecnologia israelense que está ajudando na investigação de crimes que vão da Operação Lava Jato a assassinatos e casos de pedofilia e tem ganhado mais importância conforme as pessoas concentram informações nos telefones celulares.
Trata-se do Ufed (Dispositivo de Extração Forense Universal, em tradução livre da sigla em inglês), uma espécie de “maleta espiã” que reúne um conjunto de hardwares e softwares capazes de invadir celulares e extrair informações como lista de contatos, fotos, áudios, vídeos e histórico de e-mails, navegadores e páginas de busca, além de conversas e informações em aplicativos como WhatsApp e Facebook. Com auxílio do equipamento, a extração dos dados é feita independentemente do uso de senhas e criptografia.
É possível também recuperar dados apagados –incluindo mensagens em aplicativos– e que estejam nas “nuvens” do usuário acessadas a partir do celular, além de todos os registros do GPS e em antenas. As “nuvens” são espaços em servidores compartilhados onde fica armazenada uma série de dados. O equipamento também é utilizado para extrair dados de tablets.
A maleta é capaz de invadir praticamente qualquer celular de qualquer geração: de iPhones da Apple a telefones que usam o sistema operacional Android, do Google, passando pelo Windows Phone, da Microsoft, e diversas marcas e sistemas operacionais menos conhecidos, a maioria chineses.
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