Mesmo
após uma eleição marcada pelo discurso de novas práticas políticas, 12
senadores já trocaram de partido desde outubro do ano passado. O troca-troca
partidário mudou a dinâmica de forças entre as bancadas da Casa, diminuindo a
importância de siglas tradicionais, como o
PSDB, e colocando em destaque novos grupos partidários, a exemplo do Podemos e do PSD.
PSDB, e colocando em destaque novos grupos partidários, a exemplo do Podemos e do PSD.
A
forte renovação obtida em 2018 – apenas 8 dos 54 senadores foram reeleitos –
não evitou que uma parcela significativa desses parlamentares protagonizasse
‘traições’ partidárias ou acordos envolvendo 12 partidos. A dança das cadeiras
envolve tanto figuras tradicionais, como o ex-presidente Fernando Collor (AL),
como os estreantes Jorge Kajuru (GO) e o Capitão Styvenson (RN). Com as
mudanças, cinco siglas foram “expulsas” do Senado: PTC, PRP, PHS, PTB e
Solidariedade. Todas saíram das urnas com pelo menos um senador, mas começaram
o ano legislativo esvaziadas.
O
PTB, partido do ex-deputado Roberto Jefferson, conhecido pelo envolvimento no
caso do “mensalão”, é o mais prejudicado. A legenda elegeu dois novos senadores
em outubro e, como já tinha um parlamentar em meio de mandato, terminou 2018
projetando uma bancada de três parlamentares, o que lhe garantiria uma
estrutura de liderança partidária – com gabinete próprio e cargos em comissão.
Nesses 90 dias, porém, a sigla perdeu seus três senadores, sendo dois deles
para o PSD, e perdeu representação na Casa. O Broadcast Político apurou que
Roberto Jefferson, irritado, tentou reverter as saídas, mas não conseguiu.
Na
outra ponta está o PSD, de Gilberto Kassab. O ex-ministro articulou a ampliação
da bancada durante o recesso e conseguiu atrair três nomes, elevando de sete
para dez o número de senadores filiados ao partido que criou. Os novatos na
legenda são Nelsinho Trad (MS) e Lucas Barreto (AP), ambos originários do PTB,
além do Carlos Viana (MG), do PHS. Em compensação, a sigla perdeu o senador
Lasier Martins (RS) para o Podemos. Ainda assim, o PSD ultrapassou o PSDB em
tamanho e força. Os tucanos não conseguiram seduzir nenhum novo senador e
permaneceram com uma bancada de oito parlamentares, contra nove do PSD.
A
ofensiva de Kassab serviu para que o partido pudesse requisitar mais espaço no
Senado, devido à regra da proporcionalidade. Nas negociações, a sigla conseguiu
garantir a primeira-secretaria do Senado, além da presidência de uma das mais
importantes comissões, a de Assuntos Econômicos (CAE).
O
Podemos, partido do senador Álvaro Dias (PR), também se fortaleceu. A sigla
filiou, além de Lasier Martins, o senador Eduardo Girão (CE), que era do PROS,
e o Capitão Styvenson (RN), ex-Rede. Com isso, a legenda subiu de cinco
parlamentares, após as eleições, para oito nomes agora. O crescimento fez com
que Álvaro Dias garantisse a indicação para a segunda vice-presidência do
Senado, um dos cargos mais importantes da Mesa Diretora.
O
assédio dos partidos sobre os eleitos foi tanto que houve quem atuasse para
evitar uma debandada. A articulação de Álvaro Dias representou um duro golpe,
por exemplo, para a Rede, partido de Marina Silva. A saída de Styvensson foi a
segunda baixa na sigla, que já havia perdido o Delegado Alessandro Vieira (SE)
para o PPS. As mudanças enxugaram a bancada da legenda, que deixou de ter cinco
senadores, como definido pelas urnas em outubro, para reunir apenas três
parlamentares.
Um
dos principais aliados de Marina, o senador Randolfe Rodrigues atuou para
evitar que a debandada fosse maior. Se perdesse três senadores, a Rede não
teria direito, por exemplo, a uma estrutura de liderança na Casa. A chamada
cláusula de barreira, válida para a eleição da Câmara dos Deputados, explica as
mudanças. Como o partido não alcançou o número mínimo de cadeiras exigido pela legislação
eleitoral, perdeu o direito de ter acesso a fundos públicos com verbas para
financiar as atividades partidárias e eleitorais.
Renovação
histórica
Em
outubro, o Senado renovou 2/3 de seu plenário – 54 parlamentares foram eleitos.
Foi a maior renovação desde o fim da ditadura militar, com a entrada de 46
novos senadores. Dos 32 parlamentares que tentaram a reeleição, somente oito
conseguiram novo mandato, entre eles Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, Ciro
Nogueira, do PP do Piauí e Humberto Costa, do PT de Pernambuco.
Nomes
tradicionais como Romero Jucá (MDB-RR), Valdir Raupp (MDB-RO), Eunício Oliveira
(MDB-CE), Roberto Requião (MDB) do Paraná, o ex-líder do governo Michel Temer,
Lindbergh Farias (PT-RJ) e Magno Malta (PR-ES) ficaram de fora.
ESTADÃO
CONTEÚDO
DO
BLOG: A Senadora Zenaide Maia se viu obrigada a mudar de partido porque o
partido que ela se elegeu, o PHS não atingiu a clausula de barreira.
https://www.blogdobg.com.br/
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