sábado, 23 de setembro de 2017

CONHEÇA A HISTÓRIA DO MÃO BRANCA NOS ANOS 80, TEMPO EM QUE EXISTIA SEGURANÇA NO RN

Conheça um pouca da história do mito ‘Mão Branca’

 

O MEDO DOS BANDIDOS.

No tempo do Mão Branca, em meados de 1980, era enviada uma carta para
o finado Ubiratan Camilo (Apresentador do Programa de Rádio Patrulha da Cidade, da Rádio Cabugi).
Geralmente as cartas eram entregues nas Sextas-Feiras.
Não havia televisão. Mas, todos tinham um rádio.
O programa de rádio ia ao ar ao meio dia.
Na carta eram escritos os nomes e os apelidos dos bandidos que seriam mortos nos dias seguintes.
Lembro bem.
Era o momento mais aguardado pela população natalense, que ficava ao pé do rádio para ouvir a notícia.
Os bandidos, ao se aproximar do horário do programa já começavam a ter diarreia, de tanto nervosismo.
Pois, se o nome do vagabundo estivesse na carta, a morte era certa.
Geralmente eram mortos de fuzil 7.62 e a longa distância.
Os matadores não erravam um tiro sequer.
Dos nomes constantes nas cartas, nunca escapou um, que não tenha fugido do Estado ou tenha se entregado as autoridades e confessado os crimes cometidos.
Assim, depois que Ubiratan Camilo lia a carta, o terror tomava conta da marginalidade.
Sem opção, todos os bandidos citados buscavam se entregar nas delegacias mais próximas, para não serem mortos pelo Mão Branca.
Os bandidos confessavam os crimes para serem presos.
Nenhum bandido se atrevia a andar de madrugada.
A madrugada era sinal de morte para os vagabundos.
As mortes ocorriam com frequência no final da tarde e ao anoitecer.
Também lembro bem, as favelas eram uma paz. A zona sul era um paraíso.
Assalto a ônibus, era inimaginável. Celular? Não existia.
Telefones residenciais eram artigos de luxo.
Os orelhões eram raros.
A Polícia Militar só tinha dois Fuscas, para atender toda Natal e ainda era muito. Pois, havia poucas ocorrências.
Havia poucas armas de fogo.


O famoso bilhete do mão branca

Os bandidos cometiam crimes com facas.
O local mais perigoso de Natal era à Beira do Rio das Quintas (Favela do Japão), onde só eram respeitadas pessoas da comunidade.
O Japão foi cenário de algumas mortes sangrentas.
Os corpos eram jogados no Rio das Quintas e amanheciam perfurados por facas (geralmente, vítimas de assaltos).
O perfil das vítimas era sempre o mesmo, desavisados e desconhecidos, eram arrastados da Avenida Bernardo Vieira (caminho frequente de festas rotineiras, tais como, o Quintas Clubes, o Cantinho da Jia e etc) e em seguida mortos.
Porém, era um latrocínio ou um homicídio no período de dois meses ou mais, de um para outro.
Ocorriam crimes, mas eram raros.
Mas, quando os criminosos eram descobertos, Mão Branca agia sem a menor misericórdia.
A droga do momento era a maconha. Ser maconheiro era sinônimo de periculosidade.
Sobravam vagas no único presídio, a Penitenciária João Chaves (o Caldeirão do Diabo), onde ninguém se atrevia a fugir.
E se um bandido cavasse um túnel? Certamente, ficava lá mesmo. Era enterrado vivo.
Ninguém era doido de defender direito de bandido.
Até os advogados tinham medo.
O primeiro advogado em falar em Direitos Humanos foi Gilson Nogueira.
Não durou muito.
O Dr. também foi morto. Teve o mesmo destino.
Mão-Branca não tinha  misericórdia.
http://williams-rocha.blogspot.com.br/

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