Blog de Ricardo Noblat
SANTA CLARA, Califórnia - Carol Bartz foi direta em sua primeira entrevista após ter sido demitida do cargo de presidente-executiva do Yahoo! por telefone, à revista "Fortune":
- Essas pessoas me f... ! - desabafou a executiva.
Carol também deu detalhes sobre sua conversa ao telefone com o presidente do conselho da Yahoo!, Roy Bostock, que a demitiu. A executiva estava em Nova York para uma conferência quando, às 18h06m, telefonou para Bostock, como haviam combinado. Segundo Carol, logo que atendeu ele começou a ler o que parecia ser um texto preparado por um advogado, mas cuja mensagem era clara: "você está demitida".
- Eu disse: "Roy, isso é um roteiro. Por que você não tem colhões para me dizer isso você mesmo? Eu pensava que você tivesse mais classe".
Na entrevista, Carol criticou duramente o conselho, do qual ainda faz parte.
- O conselho esteve sempre assombrado pela possibilidade de ser considerado o pior do país. Agora os conselheiros estão tentando mostrar que não são os estúpidos que são - criticou ela, referindo-se ao arrependimento do conselho após ter recusado uma generosa proposta de compra por parte da Microsoft em 2007, antes mesmo de Carol assumir o cargo.
Ela também comentou a impaciência dos conselheiros, que queriam lucros apesar da crise financeira e da hegemonia da gigante Google nos negócios de internet:
- Eles queriam crescimento nas receitas, mesmo já tendo sido informados de que isso não aconteceria antes do ano que vem.
Enquanto Carol desabafa, já teve início a bolsa de apostas sobre quem será o novo diretor-executivo do site de buscas. Segundo o Business Insider, os executivos do Yahoo! seriam simpáticos a uma compra pela News Corp de Rupert Murdoch, e vice-versa. Curiosamente, um dos nomes mais cotados para assumir o posto de Carol é Peter Chernin, que já foi um dos manda-chuvas do conglomerado de Murdoch e hoje tem seu próprio grupo de investimentos e lida com cinema, entre outras mídias. Ele já teria contemplado a ideia antes mesmo da demissão da executiva.
Outro candidato seria Jason Kilar, atual diretor-executivo do Hulu, site de streaming de vídeo. Expert em publicidade on-line - algo de que o Yahoo! precisa, e muito -, Kilar também poderia investir mais em vídeo.
E há ainda Jack Ma, do Alibaba, um dos maiores grupos de internet da China, do qual o Yahoo! detém 43% do controle acionário. Com ele, segundo analistas, haveria o risco de o Yahoo! ser desmembrado e vendido aos pedacinhos.
Um candidato interno poderia ser Ross Levinsohn, vice-presidente executivo do Yahoo! para as Américas e responsável pela parte de anúncios, além de notícias, esportes e finanças.
De dentro da News Corp, outra aposta seria Jonathan Miller, diretor de operações digitais do grupo, que também dirigiu a AOL.
Mas um dos fundadores do Yahoo!, Jerry Yang, já estaria tentando comprar a empresa de volta e assumir seu controle. De acordo com o Business Insider, Yang está em confronto direto com o presidente do conselho, Roy Bostock, que estaria tentando deixá-lo fora da jogada. Atualmente, Yang tem 3,6% das ações do site, enquanto o outro fundador, David Flo, tem 5,8%. Mas fontes ouvidas pelo site acreditam que Yang tem o capital para a operação.
Fundo compra 5,2% da empresa e pede cabeças
Enquanto isso, outros atores surgem no drama. Um fundo de investimento ativista (tipo de fundo que compra participações para influenciar na política da empresa) anunciou ontem que comprou 5,2% do Yahoo! e pediu mudanças no conselho da empresa. Uma carta de Daniel Loeb, diretor de investimento da Third Point, foi divulgada depois da demissão de Carol. Loeb afirma que o conselho tomou uma decisão equivocada ao contratar Carol e que demorou muito para demiti-la por causa de sua má performance. Ele condenou o fato de a empresa ter se afastado de seus parceiros asiáticos - Alibaba, Softbank e Yahoo Japan -, assim como de acionistas, analistas, blogueiros, clientes e empregados. Loeb quer a renúncia de Bostock e de outros diretores.
SANTA CLARA, Califórnia - Carol Bartz foi direta em sua primeira entrevista após ter sido demitida do cargo de presidente-executiva do Yahoo! por telefone, à revista "Fortune":
- Essas pessoas me f... ! - desabafou a executiva.
Carol também deu detalhes sobre sua conversa ao telefone com o presidente do conselho da Yahoo!, Roy Bostock, que a demitiu. A executiva estava em Nova York para uma conferência quando, às 18h06m, telefonou para Bostock, como haviam combinado. Segundo Carol, logo que atendeu ele começou a ler o que parecia ser um texto preparado por um advogado, mas cuja mensagem era clara: "você está demitida".
- Eu disse: "Roy, isso é um roteiro. Por que você não tem colhões para me dizer isso você mesmo? Eu pensava que você tivesse mais classe".
Na entrevista, Carol criticou duramente o conselho, do qual ainda faz parte.
- O conselho esteve sempre assombrado pela possibilidade de ser considerado o pior do país. Agora os conselheiros estão tentando mostrar que não são os estúpidos que são - criticou ela, referindo-se ao arrependimento do conselho após ter recusado uma generosa proposta de compra por parte da Microsoft em 2007, antes mesmo de Carol assumir o cargo.
Ela também comentou a impaciência dos conselheiros, que queriam lucros apesar da crise financeira e da hegemonia da gigante Google nos negócios de internet:
- Eles queriam crescimento nas receitas, mesmo já tendo sido informados de que isso não aconteceria antes do ano que vem.
Enquanto Carol desabafa, já teve início a bolsa de apostas sobre quem será o novo diretor-executivo do site de buscas. Segundo o Business Insider, os executivos do Yahoo! seriam simpáticos a uma compra pela News Corp de Rupert Murdoch, e vice-versa. Curiosamente, um dos nomes mais cotados para assumir o posto de Carol é Peter Chernin, que já foi um dos manda-chuvas do conglomerado de Murdoch e hoje tem seu próprio grupo de investimentos e lida com cinema, entre outras mídias. Ele já teria contemplado a ideia antes mesmo da demissão da executiva.
Outro candidato seria Jason Kilar, atual diretor-executivo do Hulu, site de streaming de vídeo. Expert em publicidade on-line - algo de que o Yahoo! precisa, e muito -, Kilar também poderia investir mais em vídeo.
E há ainda Jack Ma, do Alibaba, um dos maiores grupos de internet da China, do qual o Yahoo! detém 43% do controle acionário. Com ele, segundo analistas, haveria o risco de o Yahoo! ser desmembrado e vendido aos pedacinhos.
Um candidato interno poderia ser Ross Levinsohn, vice-presidente executivo do Yahoo! para as Américas e responsável pela parte de anúncios, além de notícias, esportes e finanças.
De dentro da News Corp, outra aposta seria Jonathan Miller, diretor de operações digitais do grupo, que também dirigiu a AOL.
Mas um dos fundadores do Yahoo!, Jerry Yang, já estaria tentando comprar a empresa de volta e assumir seu controle. De acordo com o Business Insider, Yang está em confronto direto com o presidente do conselho, Roy Bostock, que estaria tentando deixá-lo fora da jogada. Atualmente, Yang tem 3,6% das ações do site, enquanto o outro fundador, David Flo, tem 5,8%. Mas fontes ouvidas pelo site acreditam que Yang tem o capital para a operação.
Fundo compra 5,2% da empresa e pede cabeças
Enquanto isso, outros atores surgem no drama. Um fundo de investimento ativista (tipo de fundo que compra participações para influenciar na política da empresa) anunciou ontem que comprou 5,2% do Yahoo! e pediu mudanças no conselho da empresa. Uma carta de Daniel Loeb, diretor de investimento da Third Point, foi divulgada depois da demissão de Carol. Loeb afirma que o conselho tomou uma decisão equivocada ao contratar Carol e que demorou muito para demiti-la por causa de sua má performance. Ele condenou o fato de a empresa ter se afastado de seus parceiros asiáticos - Alibaba, Softbank e Yahoo Japan -, assim como de acionistas, analistas, blogueiros, clientes e empregados. Loeb quer a renúncia de Bostock e de outros diretores.
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