Um tenente e dois cabos do 7º BPM são os responsáveis pelo assassinato de Patrícia Acioli, com 21 tiros, no dia 11 de agosto
POR ANA MIGUEZ
Rio - O tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes e os cabos Sergio Costa Junior e Jefferson de Araujo Miranda — do Grupo de Ações Táticas (GAT) do 7º BPM (São Gonçalo) — tiveram as prisões temporárias decretadas ontem, pelo plantão judiciário de Niterói, acusados do assassinato da juíza Patrícia Acioli. A magistrada foi atingida por 21 tiros na noite do dia 11 de agosto, quando chegava de carro em Piratininga, Niterói. No pedido de prisão temporária, os policiais são definidos como ‘membros de uma verdadeira organização criminosa de altíssima periculosidade’.
Os três já estão presos na Unidade Prisional — antigo BEP — acusados ainda da morte de Diego de Souza Beliene, de 18 anos, no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo, em junho. As prisões foram decretadas por Patrícia horas antes de ser covardemente executada. Segundo a conclusão do inquérito da Divisão de Homicídios do Rio (DH), um mês antes do assassinato de Patrícia, uma advogada telefonou para o cabo Jefferson Miranda.
Conhecida pelo seu rigor contra grupos de extermínios formados por PMs, Patrícia Acioli tinha 47 anos | Foto: Reprodução InternetOs peritos da DH recolheram vários estojos e projéteis de calibres 38mm, 40mm e 45mm. A Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) informou que o lote foi vendido para a PM e parte destinado ao 7º BPM, como O DIA revelou dia 22. Um computador que armazenava imagens das câmeras do local também foi apreendido pelos investigadores. Ainda esta semana, eles esperam encontrar as armas do crime.
Os três já estão presos na Unidade Prisional — antigo BEP — acusados ainda da morte de Diego de Souza Beliene, de 18 anos, no Complexo do Salgueiro, São Gonçalo, em junho. As prisões foram decretadas por Patrícia horas antes de ser covardemente executada. Segundo a conclusão do inquérito da Divisão de Homicídios do Rio (DH), um mês antes do assassinato de Patrícia, uma advogada telefonou para o cabo Jefferson Miranda.
O carro de Patrícia foi crivado de tiros. Pelo menos onze projéteis atingiram a magistrada quando ela chegava em sua casa, em Piratininga, Niterói | Foto: Severino Silva / Agência O DiaNa conversa revelou que a magistrada iria incluir no processo sobre Diego toda a guarnição do GAT que esteve no local. Até então, só os cabos Sammy dos Santos Quintanilha e Flávio Cabral Bastos tinham sido presos. Jefferson foi ao encontro de Sérgio Costa Junior em São Gonçalo. No fim da tarde, ambos marcaram com o tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes no Largo do Barrada, Niterói. De lá, os três seguiram para a rua onde Patrícia morava, no bairro do Tibau, e lá permaneceram por cerca de meia hora, retornando para o Largo do Barrada.No dia 12 de julho, a juíza enviou ofício ao comando do 7º BPM para que fossem informados os nomes e identidades dos integrantes da guarnição do GAT que participaram da operação no Complexo do Salgueiro. Em 11 de agosto, dia do crime, a advogada de um deles foi ao Fórum de São Gonçalo e soube pela própria Patrícia Acioli que ela iria decretar a prisão dos outros policiais.
Família fez 500 adesivos para distribuir da missa de um mês da juíza | Foto: DivulgaçãoFoi aí que, de acordo com as investigações, essa advogada telefonou para seu cliente, para o cabo Jefferson e o tenente Daniel Benitez, que estava no 7º BPM, na Rua Doutor Alfredo Backer, no Mutondo. O cabo Sérgio Costa Junior também estava na unidade. Daniel e Sérgio se deslocaram para o Fórum de São Gonçalo, na Avenida Getúlio Vargas, de onde Patrícia Acioli saiu por volta das 23h15 em direção à sua casa onde foi executada.
As origens para o bárbaro crime
Segundo investigações da Divisão de Homicídios do Rio, o assassinato de Patrícia — que não tinha escolta policial — tem como origem um crime ocorrido pouco mais de dois meses antes de sua morte, no dia 3 de junho. Na ocasião, guarnição do GAT do 7º BPM, comandada pelo tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes, fez uma incursão no conjunto da PM, no Complexo do Salgueiro, e matou Diego da Conceição Beliene.
Na 72ª DP (São Gonçalo), os policiais alegaram que a morte foi decorrente de auto de resistência por parte de traficantes. As investigações, porém, não comprovaram a versão dos policiais e dois cabos tiveram a prisão temporária decretada pela juíza. No dia 11, o delegado da 72ª DP representou pela prorrogação das prisões.Vítima foi seguida desde saída do Fórum
A análise das câmeras de monitoramento de vigilância da região mostra que a juíza foi seguida desde a saída do fórum por seus executores, que estavam em uma motocicleta Honda azul, modelo Falcon. Ao se aproximarem da ponte que dá acesso ao bairro do Tibau, os executores perceberam que Patrícia seguia para casa, onde eles já tinham estado um mês antes, e a ultrapassaram. Ficaram escondidos atrás de uma Kombi estacionada na frente de uma casa vizinha à de Patrícia.
A magistrada chegou e, ao parar seu carro em frente ao portão de casa, foi surpreendida por dois criminosos, que abriram fogo contra a janela e a porta lateral esquerda do Fiat Ideia dirigido por Patrícia. Ela foi atingida por 21 tiros. Os executores deixaram o local calmamente e de lá cada um dos acusados seguiu para a sua casa.
As origens para o bárbaro crime
Segundo investigações da Divisão de Homicídios do Rio, o assassinato de Patrícia — que não tinha escolta policial — tem como origem um crime ocorrido pouco mais de dois meses antes de sua morte, no dia 3 de junho. Na ocasião, guarnição do GAT do 7º BPM, comandada pelo tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes, fez uma incursão no conjunto da PM, no Complexo do Salgueiro, e matou Diego da Conceição Beliene.
Na 72ª DP (São Gonçalo), os policiais alegaram que a morte foi decorrente de auto de resistência por parte de traficantes. As investigações, porém, não comprovaram a versão dos policiais e dois cabos tiveram a prisão temporária decretada pela juíza. No dia 11, o delegado da 72ª DP representou pela prorrogação das prisões.Vítima foi seguida desde saída do Fórum
A análise das câmeras de monitoramento de vigilância da região mostra que a juíza foi seguida desde a saída do fórum por seus executores, que estavam em uma motocicleta Honda azul, modelo Falcon. Ao se aproximarem da ponte que dá acesso ao bairro do Tibau, os executores perceberam que Patrícia seguia para casa, onde eles já tinham estado um mês antes, e a ultrapassaram. Ficaram escondidos atrás de uma Kombi estacionada na frente de uma casa vizinha à de Patrícia.
A magistrada chegou e, ao parar seu carro em frente ao portão de casa, foi surpreendida por dois criminosos, que abriram fogo contra a janela e a porta lateral esquerda do Fiat Ideia dirigido por Patrícia. Ela foi atingida por 21 tiros. Os executores deixaram o local calmamente e de lá cada um dos acusados seguiu para a sua casa.
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