Soprava o vento as palhas de um coqueiro
Saudando alegre um barco que partir,
Levando um forte homem que queria,
Buscar no mar o pão p'ro lar inteiro.
Na concha azul a ave que voava,
Deixou cair um beijo com doçura,
Abençoando aquela criatura,
Buscando longe o pão que lhe faltava.
E em mágicos deslizes o bailado,
Da onda mansa carregava um bravo,
Que se tornou do mar fiel escravo,
Devido ao seu amor ao lar sagrado.
Uma criança frágil de seis anos,
Com a magra mão acenos lhe enviava,
E ao coração baixinho murmurava:
"Volte logo, papai, nós esperamos".
Nem do lugar mais alto de um monte
Se via mais o homem do barquinho,
Pois não passava de um banal pontinho,
Perdido no infinito do horizonte.
Passaram-se três dias de repente,
Um ponto vem crescento já de volta,
A vela do barquinho ao vento solta,
Tornou-se rubra como no poente.
A mãe e o filho a sorrir correram,
Para abraçar o homem que voltava,
Sem reparar que o mar triste chorava,
E o coqueiral dorido emudecera.
O frio vento que parou com as horas,
Sussurrou algo, e aquela que corria,
Caiu por terra, e o filho lhe dizia:
Por que choras mãezinha, por que choras?
Seu pai, meu filho, partiu num barquinho,
Já fez três dias eu o esperava,
Para ele todo dia eu rezava,
E o barco triste encostou sozinho.
Ibani Costa (1957-1977). Nasceu em Pedro Avelino-RN,
ganhou o festival popular de música em Belém do Pará
em 1974. Faleceu muito jovem tragicamente em Natal
OBS do BLOG AVERDADE:
Saudando alegre um barco que partir,
Levando um forte homem que queria,
Buscar no mar o pão p'ro lar inteiro.
Na concha azul a ave que voava,
Deixou cair um beijo com doçura,
Abençoando aquela criatura,
Buscando longe o pão que lhe faltava.
E em mágicos deslizes o bailado,
Da onda mansa carregava um bravo,
Que se tornou do mar fiel escravo,
Devido ao seu amor ao lar sagrado.
Uma criança frágil de seis anos,
Com a magra mão acenos lhe enviava,
E ao coração baixinho murmurava:
"Volte logo, papai, nós esperamos".
Nem do lugar mais alto de um monte
Se via mais o homem do barquinho,
Pois não passava de um banal pontinho,
Perdido no infinito do horizonte.
Passaram-se três dias de repente,
Um ponto vem crescento já de volta,
A vela do barquinho ao vento solta,
Tornou-se rubra como no poente.
A mãe e o filho a sorrir correram,
Para abraçar o homem que voltava,
Sem reparar que o mar triste chorava,
E o coqueiral dorido emudecera.
O frio vento que parou com as horas,
Sussurrou algo, e aquela que corria,
Caiu por terra, e o filho lhe dizia:
Por que choras mãezinha, por que choras?
Seu pai, meu filho, partiu num barquinho,
Já fez três dias eu o esperava,
Para ele todo dia eu rezava,
E o barco triste encostou sozinho.
Ibani Costa (1957-1977). Nasceu em Pedro Avelino-RN,
ganhou o festival popular de música em Belém do Pará
em 1974. Faleceu muito jovem tragicamente em Natal
OBS do BLOG AVERDADE:
Com a morte prematura de Ibani, PEDRO AVELINO perdeu um dos seus maiores talentos, que hoje poderia juntar-se a João Bosco da Silva, Severino Vicente, Marcos Calaça, Manoel Julião e tantos outros. Fui amigo de Ibani e uma semana antes de sua morte conversei muito com ele na CASA DO ESTUDANTE DE NATAL. Sua morte até hoje para mim é um MISTÉRIO. Foi encontrado caído sobre os trilhos da linha férrea do PASSO DA PATRIA. Era um bairro perigoso. Lembro-me descíamos em grupo de 40-50-60 da CASA do ESTUDANTE quando algum companheiro era agredido e íamos tomar as dores. Sempre houve rivalidades de seus moradores com os sócios da CASA DO ESTUDANTE. Até hoje, ninguém sabe, ninguém viu. Perdeu PEDRO AVELINO o ESTADO e o PAÍS um gênio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão avaliados antes de serem liberados