Francisco e Raimunda, com filhos e netos que ainda moram com o casal: 13 dos 14 filhos homens têm 'Ricardo' no nome. (Foto: Ilo Aguiar/G1 CE)
Aos 66 anos, o mestre de obras aposentado Francisco Ricardo de Souza teve exatamente 38 filhos com a companheira com quem vive há mais de três décadas, Raimunda de Assis Coelho. Moradores de Ubajara, a 312 km de Fortaleza, o casal conta que realizou a cerimônia de batismo de todos os filhos e netos no mesmo dia na igreja católica da cidade, em dezembro de 2009, com direito a festa em família.Pais, ao lado da filha Alessandra, e do caçula
Mateus, de 8 anos. (Foto: Ilo Aguiar/G1 CE)
Aposentado por motivos de saúde há quatro anos, o mestre de obras afirma que sustenta a casa com os R$ 2 mil que recebe. Para alimentar a parte da família que ainda vive com ele, são feitos cerca de 4 kg de arroz por dia, tudo preparado no fogão a lenha.
Sentindo-se com 17 anos e afirmando que a companheira parece ter 14, Souza diz ainda ter muito para viver, mas não pretende mais ter filhos. “Agora não da mais não. Não tem mais condições”, diz . Atualmente, cinco netos são criados pelo casal. Os outros moram com os pais. Somente Alessandra, filha mais velha do casal, tem cinco filhos, mas deixa bem claro que "de jeito nenhum" seguirá os passos dos pais.
Começo
O pai conta que foi morar com a companheira, logo que ela engravidou do primeiro filho. “Nem lembro mais com que idade, tínhamos vinte e poucos anos. Nosso primeiro filho devia ter 38 anos, mas morreu”, lamenta. Não é fácil para Souza lembrar do nome de todos os filhos. Só lembra que dos 14 filhos homens sobreviventes, 13 também levam Ricardo no nome em homenagem ao pai. “Só não Sebastião, não sei porque ele não se chama Ricardo”, diz Souza.
Ele conta que ele ficou muito doente e teve de passar por uma cirurgia quando a companheira teve o quarto filho. Estava desempregado. “Vivi de pedir esmolas”, disse o mestre de obras dando risadas. Mesmo com problemas para sustentar a família, Souza afirma que todos os filhos vão à escola. “Meus filhos mais velhos já terminaram o segundo grau, um orgulho”, diz o aposentado que só estudou até o quinto ano do ensino fundamental.
Para comemorar o batismo coletivo, em 2009, Souza fez festa com direito a serviço de filmagem e fotografia, mas os registros foram emprestados e nunca mais voltaram às mãos da família.
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