Assunto: DESPACHO DO JUIZ DE DIREITO DE PALMAS-TOCANTINS.
Vale a pena ler: Muitas vezes as leis são tão medíocres como quem as criou. Corja de estúpidos políticos que vêm criando leis absurdas. Como esta que somente após os 16 anos os jovens podem trabalhar. Tantos tipos de tarefas que um jovem pode fazer sem afetar-lhes a saúde e a mente. O trabalho é abençoado. Quem trabalha
desenvolve todo seu potencial, aprender a ter horário para acordar, tomar suas refeições, aprende a atravessar a rua, a respeitar seus superiores, aprende a dar valor ao dinheiro, aprende a cultura de contacto e trabalhar não mata ninguém. O jovem que trabalha não tem tempo para ficar pensando em besteiras (sexo, fumo, pó, roubo, furto, etc.) A sociedade vive um conceito errado que somente quem estuda é que tem futuro. Milhares de profissões se aprende é na prática: pedreiro, carpinteiro, azulejista, marceneiro, cabelereiro, pintores, mecânicos, eletricista, sapateiro... Nem todos nasceram para os estudos! Melhor ter uma profissão, dá mais, pois um cabelereiro (barbeiro), ganha mais que um professor. E quero dizer a quem ler este email que não precisamos tapear, enganar, vender porcaria, nem mentir, nem ser pulador de cerca, nem ser corrupto, nem chantagista para viver uma vida bem vivida. A receita é: " Viver com ética."
Estamos criando uma geração de despreparados para a vida. Agora por favor, leiam o despacho do Juiz:
autor: Romildo de Godoi
DESPACHO INUSITADO DE UM JUIZ EM UMA SENTENÇA JUDICIAL
ENVOLVENDO 2 POBRES COITADOS QUE FURTARAM 2 MELANCIAS.
DESPACHO POUCO COMUM
A Escola Nacional de Magistratura incluiu em seu banco de
sentenças, o despacho pouco comum do juiz Rafael Gonçalves de
Paula, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas, em
Tocantins. A entidade considerou de bom senso a decisão de
seu associado, mandando soltar Saul Rodrigues Rocha e
Hagamenon Rodrigues Rocha, detidos sob acusação de furtarem
duas melancias:
DESPACHO JUDICIAL.
DECISÃO PROFERIDA PELO JUIZ RAFAEL GONÇALVES DE PAULA
NOS AUTOS DO PROC Nº. 124/03 - 3ª Vara Criminal da Comarca de Palmas/TO:
DECISÃO
Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues
Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em
virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se
manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção
dos indiciados na prisão.
Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar
inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda
e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância
ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os
princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico,
a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de
serviços gerais em contraposição à liberdade dos
engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que
sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar
os indiciados na Universidade do Crime (o sistema
penitenciário nacional)...
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem
empobrecem ninguém. Poderia aproveitar para fazer um
discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém
95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar
da promessa deste ou desta presidente que muito fala, nada
sabe e pouco faz.
Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso
de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia
do socialismo, a colonização europeia...
Poderia dizer que os governantes das grandes potências
mundiais jogam bilhões de dólares em bombas na cabeça dos
iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome
pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber
argumentar diante de tamanha obviedade.
Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total
desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses
fundamentos como razão de decidir.
Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que
escolha o motivo.
Expeçam-se os alvarás.
Intimem-se.
Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito
Enviem para Juizes, promotores, advogados, estudantes de
direito e outros cursos. Essa sentença é uma aula, mais que
isso; é uma lição de vida, um ensinamento para todos os
momentos.
Ele com certeza desabafou por todos nós!
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