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Os números da estimativa do Governo do Estado são considerados "otimistas" pela Faern. Os cálculos do presidente da Federação, que tem andado o interior do Estado e visto in loco o andamento dos efeitos da seca, apontam para perdas de mais de 30%. E esse número não é definitivo. "Nem teria como ser definitivo, até porque a seca não acabou", acrescenta. Os criadores esperam seca pelo menos até março, quando inicia o período chuvoso no semiárido. Em caso de mais um ano de seca, os efeitos podem ser mais devastadores. " Os prognósticos não são animadores", diz Vieira.
O presidente da Faern criticou também a atuação do Governo do Estado. Para José Vieira, o Governo tem sido "tímido" em encontrar formas de minimizar os efeitos da seca. "São poucos poços instalados e poucos dessalinizadores. Existe uma inércia na secretaria", aponta Vieira. As ações mais efetivas, para ele, são capitaneadas hoje pelo Governo Federal. "Estados como Paraíba e Pernambuco estão largamente na frente", diz.
Como a TRIBUNA DO NORTE mostrou ontem, o principal programa do Governo do Estado para a convivência dos agricultores com a seca a longo prazo atinge, segundo os dados da Secretaria Estadual de Agricultura, cerca de 1,25% da área atualmente usada para o plantio no Estado. O secretário-adjunto da Secretaria, Simplício Holanda, disse que cada barragem subterrânea irá atender entre 0,5 e 1,5 hectare. Como serão instaladas 3,4 mil barragens subterrâneas, a área total atendida será 5,1 mil hectares, o que significa 1,25% dos cerca de 405 mil hectares de área plantada no Estado. Além disso, até agora foram ativados 70 poços dos 800 anunciados pelo Governo no ano passado.
A instalação de barragens subterrâneas não é a única ação da Secretaria Estadual de Agricultura para o combate à seca. Hoje, as ações se dividem em duas linhas de ação: projetos para combate imediato e projetos para a convivência a longo prazo com a estiagem. Dentro dos projetos de convivência a longo prazo, o principal é a construção de barragens subterrâneas. Esses projetos se somam às iniciativas de combate imediato à seca. Foram distribuídas até o momento quatro mil toneladas de forragem para pequenos produtores. E mais 3,8 mil serão distribuídas.
Bate-papo
José Vieira, presidente da Faern
"É bom lembrar que a seca ainda não terminou"
A estimativa de 25% está abaixo do visto pela Federação?
É um dado oficial. Mas temos andado pelo interior e visto que hoje deve estar mais de 30% de diminuição. O que não quer dizer que todo esse gado morreu de fome e sede. Grande parte foi negociado, vendido mesmo.
Vocês imaginavam 50% de perda. Por que isso não se confirmou? As ações do governo influenciaram?
É bom lembrar que a seca ainda não terminou. Temos mais dias de seca no horizonte e o prognóstico não é animador. Mas a atuação do Governo ainda é muito tímida. Falta algo mais efetivo, de pulso, para ajudar o criador a passar por esse período difícil.
Alguns criadores reclamam que a Secretaria de Agricultura não tem dado respostas. O senhor concorda?
Sim. A Secretaria está sem titular e acho que a governadora não poderia, num momento como esse, de seca, deixar a Secretaria de Agricultura sem titular. Estamos sem planejamento. Algumas pessoas, funcionários, reclamam de dificuldade em obter diárias para ir a campo. Não é algo comprovado, mas é o que se ouve.
Memória
Mais um boletim acerca do período chuvoso em 2013 deve ser anunciado nos próximos dias. Desde o início da semana está sendo realizado o 15º Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. O resultado do encontro ainda não traduz a previsão final dos meteorologistas para o ano. No final do mês de fevereiro, outro evento será realizado, dessa vez em Natal, para traçar a previsão meteorológica dos meses de março, abril e maio.
Nessa reunião, os meteorologistas irão elaborar o boletim relativo ao período chuvoso do semiárido, que começa em março e se estende até maio. Trata-se da previsão final dos profissionais e técnicos em previsão do tempo, o que irá orientar a política de distribuição de sementes para a agricultura.
Entre as instituições envolvidas estão a Emparn e os institutos de cada estado nordestino, entre outros centros de estudo.
Magnus NascimentoBoa parte dos animais morreu de fome e sede nas terras secas do sertão, onde não chove há um ano
A
porcentagem de 25% significa uma perda de 225 mil cabeças de gado. O
rebanho potiguar foi estimado em 900 mil cabeças no ano passado pelo
IBGE. Isso não significa que 225 mil reses morreram de fome e sede
durante a seca. Como a TRIBUNA DO NORTE publicou em duas séries de
matérias sobre a seca, muitos criadores acabam vendendo parte do
rebanho. "Pode-se dizer que houve essa diminuição, mas não
necessariamente por morte do rebanho. Maior parte dos criadores teve que
se desfazer do gado por conta da seca", diz o Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte, José Vieira.Os números da estimativa do Governo do Estado são considerados "otimistas" pela Faern. Os cálculos do presidente da Federação, que tem andado o interior do Estado e visto in loco o andamento dos efeitos da seca, apontam para perdas de mais de 30%. E esse número não é definitivo. "Nem teria como ser definitivo, até porque a seca não acabou", acrescenta. Os criadores esperam seca pelo menos até março, quando inicia o período chuvoso no semiárido. Em caso de mais um ano de seca, os efeitos podem ser mais devastadores. " Os prognósticos não são animadores", diz Vieira.
O presidente da Faern criticou também a atuação do Governo do Estado. Para José Vieira, o Governo tem sido "tímido" em encontrar formas de minimizar os efeitos da seca. "São poucos poços instalados e poucos dessalinizadores. Existe uma inércia na secretaria", aponta Vieira. As ações mais efetivas, para ele, são capitaneadas hoje pelo Governo Federal. "Estados como Paraíba e Pernambuco estão largamente na frente", diz.
Como a TRIBUNA DO NORTE mostrou ontem, o principal programa do Governo do Estado para a convivência dos agricultores com a seca a longo prazo atinge, segundo os dados da Secretaria Estadual de Agricultura, cerca de 1,25% da área atualmente usada para o plantio no Estado. O secretário-adjunto da Secretaria, Simplício Holanda, disse que cada barragem subterrânea irá atender entre 0,5 e 1,5 hectare. Como serão instaladas 3,4 mil barragens subterrâneas, a área total atendida será 5,1 mil hectares, o que significa 1,25% dos cerca de 405 mil hectares de área plantada no Estado. Além disso, até agora foram ativados 70 poços dos 800 anunciados pelo Governo no ano passado.
A instalação de barragens subterrâneas não é a única ação da Secretaria Estadual de Agricultura para o combate à seca. Hoje, as ações se dividem em duas linhas de ação: projetos para combate imediato e projetos para a convivência a longo prazo com a estiagem. Dentro dos projetos de convivência a longo prazo, o principal é a construção de barragens subterrâneas. Esses projetos se somam às iniciativas de combate imediato à seca. Foram distribuídas até o momento quatro mil toneladas de forragem para pequenos produtores. E mais 3,8 mil serão distribuídas.
Bate-papo
José Vieira, presidente da Faern
"É bom lembrar que a seca ainda não terminou"
A estimativa de 25% está abaixo do visto pela Federação?
É um dado oficial. Mas temos andado pelo interior e visto que hoje deve estar mais de 30% de diminuição. O que não quer dizer que todo esse gado morreu de fome e sede. Grande parte foi negociado, vendido mesmo.
Vocês imaginavam 50% de perda. Por que isso não se confirmou? As ações do governo influenciaram?
É bom lembrar que a seca ainda não terminou. Temos mais dias de seca no horizonte e o prognóstico não é animador. Mas a atuação do Governo ainda é muito tímida. Falta algo mais efetivo, de pulso, para ajudar o criador a passar por esse período difícil.
Alguns criadores reclamam que a Secretaria de Agricultura não tem dado respostas. O senhor concorda?
Sim. A Secretaria está sem titular e acho que a governadora não poderia, num momento como esse, de seca, deixar a Secretaria de Agricultura sem titular. Estamos sem planejamento. Algumas pessoas, funcionários, reclamam de dificuldade em obter diárias para ir a campo. Não é algo comprovado, mas é o que se ouve.
Memória
Mais um boletim acerca do período chuvoso em 2013 deve ser anunciado nos próximos dias. Desde o início da semana está sendo realizado o 15º Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. O resultado do encontro ainda não traduz a previsão final dos meteorologistas para o ano. No final do mês de fevereiro, outro evento será realizado, dessa vez em Natal, para traçar a previsão meteorológica dos meses de março, abril e maio.
Nessa reunião, os meteorologistas irão elaborar o boletim relativo ao período chuvoso do semiárido, que começa em março e se estende até maio. Trata-se da previsão final dos profissionais e técnicos em previsão do tempo, o que irá orientar a política de distribuição de sementes para a agricultura.
Entre as instituições envolvidas estão a Emparn e os institutos de cada estado nordestino, entre outros centros de estudo.
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