“Esta
é uma emoção completamente diferente da que vivi em outros concursos de
beleza”, disse a venezuelana Parvati Sai Gómez Sanchez, de 23 anos,
eleita nesta sexta-feira (22) a Miss Centro de Reintegração Feminino
(Cresf) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A modelo que tem o título
de Miss Princesinha 2008 está presa na fronteira desde novembro de 2012,
quando tentava embarcar do aeroporto iguaçuense para a Turquia com
outros dez venezuelanos. Nas 21 malas que o grupo levava, roupas
engomadas com cocaína.
Parvati Sai,
que é modelo em Caracas, orientou e ensaiou todas as outras nove
concorrentes – oito brasileiras e uma paraguaia – por duas semanas.
“Para mim tudo isso é muito diferente, principalmente porque estas
mulheres estão tendo a oportunidade de se maquiar, pentear e de se
sentir belas depois de tanto tempo presas. É emocionante ver como elas
se transformam. Muitas delas teriam futuro na profissão de modelo”,
comentou pouco antes de entrarem na passarela montada no corredor da
galeria feminina.
Cada
modelo desfilou duas vezes. Na primeira entrada na passarela, elas
exibiram roupas de passeio e na segunda, roupas de gala. A decisão para a
escolha da presa mais bonita foi feita por quatro jurados: a
vice-prefeita de Foz do Iguaçu, Ivone Barofaldi, a juíza Juliana Zanin, o promotor Tiago Lisboa Mendonça e a vereadora Anice Gazzaoui.
Pela
primeira vez participante de um concurso de beleza, Marcela Alexandre,
de 26 anos, há três cumprindo pena no Cresf de Foz do Iguaçu, também
disse ter gostado da experiência. “É muito bom poder se sentir diferente
pelo menos um dia no ano. Aqui dentro, na cadeia, o tempo demora a
passar, e estas duas semanas passaram muito rápido. Não vejo a hora de
termos esta oportunidade de novo.
Com
isso, tive a chance de me conhecer melhor e de me sentir valorizada.
Faz a gente pensar na vida e no que quer daqui para frente”, refletiu.
Iniciativa
do Conselho da Comunidade na Execução Penal, a atividade deverá ser
frequente, afirma o diretor da unidade, Giovani da Silva. “Conseguimos
sensibilizar algumas empresas, que doaram as roupas e os sapatos. Até as
agentes penitenciárias se envolveram, ajudando na maquiagem e nos
penteados. A ideia é chamar a atenção de mais empresas que possam ver
nelas profissionais, que saiam daqui empregadas, servindo de modelo”,
observou lembrando que em maio a unidade disponibilizará às cerca de 200
detentas um curso profissionali
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