Ana Ikeda
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Conheça a seguir como os usuários colocam em prática esse "lado B" da rede social. Procurado, o Instagram não retornou o contato da reportagem até sua publicação.
Venda de armas
Nos EUA, não há uma lei federal que proíba a venda online de armas. Segundo especialistas, ela acaba abrindo espaço para o comércio ilegal, já que não são conferidas, necessariamente, informações como antecedentes criminais ou verificação de licença para o porte de arma.
O que diz o termo de uso do Instagram: A rede social não dispõe em seus termos de uso uma política que proíba a venda de produtos ou a exibição de suas fotos. Quanto a conteúdo violento (não necessariamente uma foto de uma arma será caracterizada assim), a única ressalva do Instagram é em relação a "fotos ou vídeos de extrema violência ou com muito sangue", que podem fazer uma conta ser desativada e a pessoa denunciada às autoridades.
No Brasil: A reportagem do UOL Tecnologia não localizou anúncios brasileiros de venda de armas. Segundo Coriolano Almeida Camargo, presidente da Comissão de Direito Eletrônico e Crimes de Alta Tecnologia da OAB-SP, o uso do Instagram apenas para a exibição das fotos de armas não poderia ser considerada um crime.
"O comércio por si só, também não pode ser caracterizado crime, uma vez que a arma pode ser adquirida para ser usada e licenciada conforme a legislação em vigor do respectivo país", comenta.
Já nos casos de armas de uso restrito das Forças Armadas, traficadas ou usadas sem autorização de porte, a prática é criminosa.
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O
Instagram dispõe de botões de denúncia no aplicativo para que usuários
sinalizem imagens com spam, pornografia, incitação à violência, apologia
à autoflagelação, discurso de ódio e violação de direitos autorais.
Essas denúncias são avaliadas em seguida pela rede social segundo suas
diretrizes de comunidade e termos de uso -- seus perfis não serão
necessariamente bloqueados e excluídos. Veja a seguir como é possível
alertar a rede sobre esse tipo de conteúdo Arte/UOL
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Mesmo com restrição, usuários burlam bloqueio do Instagram e publicam apologia a distúrbios alimentares
A rede "censura" alguns termos ligados aos distúrbios alimentares: ao buscá-los, nenhum resultado aparece para o usuário. Mas, mesmo com o bloqueio às hashtags como "thinspo" (de "thinspiration" ou "inspiração fina"), pessoas usam termos "disfarçados" para postar o conteúdo, alterando sua grafia.
O Instagram passou a colocar um alerta que aparece assim que o usuário tenta acessar hashtags como "ana" e "mia" (abreviações comuns de anorexia e bulimia, respectivamente) ou os próprios termos grafados inteiros.
"Esteja ciente de que estas imagens podem conter conteúdo explícito. Para informações e suporte a distúrbios alimentares, toque em Saiba mais", sugere a mensagem.
Caso acesse o "Saiba mais", o link leva ao site da Associação Nacional de Distúrbios Alimentares norte-americana – mesmo para casos de hashtags buscadas em português. O usuário ainda pode, no entanto, escolher acessar o conteúdo da hashtag. Isso porque o Instagram considera que esses termos podem levar a conteúdo legítimo com o alerta e conscientização sobre as doenças.
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Antes que usuário acesse imagens sobre a anorexia, há um aviso sobre o conteúdo explícito
No Brasil: Segundo Cristina Sleiman, advogada especialista em direito digital, não há na legislação brasileira a tipificação como crime da apologia aos distúrbios alimentares. "Na esfera cível, no entanto, seria possível entrar com uma ação contra quem faz a apologia, porque de certa forma está causando dano a alguém", explica Cristina.
Um exemplo, diz ela, seria o caso de uma mãe que descobre que a filha está sendo influenciada por aquilo que é publicado. "Ainda assim, vai depender muito do que a pessoa escreveu, do tipo de imagem exposta, se o incentivo foi mais 'pesado' e de como o juiz interpretará o caso."
Ela recomenda a quem pretende entrar com uma ação desse tipo que registre, antes de tudo, uma ata notarial em qualquer cartório com as telas da conta do Instagram em questão. Ela afirma que assim as imagens se tornam "uma prova atemporal" da prática.
Pornografia
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Alterando ''ligeiramente'' a grafia de hashtags, usuários postam fotos nuas no Instagram
Nick Drewe, autor do blog "Data Pack", especializado em redes sociais, fez uma pesquisa por hashtags censuradas pelo Instagram e afirma que "uma centena" delas voltou a ficar disponível nas buscas.
Um dos exemplos é a palavra "sex" (sexo, em inglês). Ela continua bloqueada, mas termos compostos com ela (como "The Sex Pistols", banda britânica) voltaram a serem "buscáveis". Com isso, abre-se uma brecha para o conteúdo pornográfico na rede.
O que diz o termo de uso do Instagram: A rede social é rígida quanto à questão nos termos do serviço e "se reserva ao direito de desativar ou interromper o acesso temporariamente a perfis que mostrem nudez ou conteúdo adulto". A regra vale tanto para a foto do perfil quanto às imagens publicadas na timeline.
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Ao buscar pela hashtag 'sexo' no Instagram, nenhum resultado aparece. Isso ocorre com alguns termos 'bloqueados' pela rede social
"Se você não mostraria a foto ou o vídeo a uma criança, ao seu chefe ou aos seus pais, você provavelmente não deveria compartilhá-lo no Instagram", diz o texto.
Ciberbullying
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Assim como em outras redes sociais, há quem pratique intimidação virtual pelo Instagram, usando perfis falsos e o campo de comentários
O que diz o termo de uso do Instagram: Não há menção específica sobre punições a comportamentos abusivos desse tipo nos termos de uso da rede social. Mas o Instagram mantém um tópico sobre o assunto e sugere que o usuário bloqueie o agressor online para "encerrar qualquer tipo de comunicação" com ele.
Também é possível denunciar o perfil caso ele esteja em desacordo com as "Diretrizes de Comunidade e Termos". Já no caso de abuso repetitivo, o usuário pode denunciar diretamente o perfil do agressor ao Instagram para análise na página "Hate Accounts". Isso não garante, no entanto, a exclusão do perfil. Isso só ocorre se ele violar os termos de uso do serviço.
Spam
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Ondas de spam de tempos em tempos inundam a rede social de fotos; várias hashtags usadas por spammers foram banidas
Tantos ataques de spam fizeram com que o Instagram bloqueasse algumas hashtags "inocentes", porém bastante usadas pelos spammers. Entre elas estão ''iPhone, iPhone 4S, iPhoneography, Instagram, I Love My Instagram'' e até mesmo o termo "popular". A rede também acrescentou um botão para denúncia de spam nas imagens publicadas.
O que diz o termo de uso do Instagram: A rede social não permite a prática de spam, que inclui, além de comportamento autopromocial em imagens de qualquer tipo, "comentários repetitivos, manipulação do serviço para se autopromover, comentários de spam comerciais, como códigos de desconto ou URLs para sites". Assim como no caso da pornografia, as imagens podem ser excluídas e o perfil pode ser bloqueado ou até mesmo apagado da rede.
"Pedimos que você mantenha suas interações no Instagram significativas e verdadeiras", apela o texto do termo de uso.
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Facebook e Twitter ''denunciam'' casos de fraude, roubo e mau comportamento; veja 115 fotos
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16.mai.2013
- O jogador Evan Mathis, do time de futebol americano Philadelphia
Eagles, postou uma foto no Instagram na última quarta-feira (15) em que
aparentemente urina em um prédio do governo americano. Mathis teria
feito a foto para protestar contra os impostos do país, que são
recolhidos pelo órgão que aparece na imagem, o Internal Revenue Service Reprodução/Mashable
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