Alexandre Pato foi o pior negócio da história do Corinthians.
A maior derrota de Andrés Sanchez no Parque São Jorge.
Foi ele quem amarrou com a Nike a contratação do atacante.
O dirigente sempre acreditou que seu clube precisava de projeção.
Ser o clube brasileiro mais conhecido no planeta.
E havia ficado encantado com o que Ronaldo provocou.
Se orgulhava em ver o Corinthians nas manchetes de jornais estrangeiros.
Televisões importantes como a CNN mandar enviados especias a Itaquera.
O dirigente já havia conseguido dois milagres.
O primeiro foi sobreviver à MSI.
Viu seu protetor Nesi Curi perder o poder de décadas.
E ter de sair pelas portas do fundo do Parque São Jorge.
Acompanhado de Dualib, Kia, Renato Duprat.
Só Andres sobreviveu porque foi esperto.
Saltou do barco antes.
Fundador da Pavilhão Nove, caiu nos braços das organizadas.
Nunca os torcedores tiveram tanto poder no clube depois de sua eleição.
Ele percebeu o quanto a ditadura Dualib havia cansado a todos.
Mudou nos estatutos para não permitir dinastias.
Ficou como presidente do Corinthians por quatro anos.
De 2007 a 2011.
Mas não largou o poder até agora.
Quando deixou o cargo, fez seu sucessor Mario Gobbi.
Conselheiros imploraram que rasgasse os estatutos e continuasse mandando.
Se negou.
Mas continuou controlando Gobbi.
Ele esteve por trás das grandes decisões no Corinthians.
Contratações, dispensas e até preços dos ingressos.
Foi o grande dirigente festejado na Libertadores e no Mundial.
Enquanto isso continuou cuidando da sua obra prima, o Itaquerão.
Estádio que só existe por seus relacionamentos.
Conseguiu juntar Lula, Ricardo Teixeira e Globo.
Quando Ronaldo parou foi ele quem insistiu em ter um atleta midiático.
O ex-jogador insistiu em Adriano, garantiu que ele se recuperaria.
Mas o atacante não suportou ficar longe das bebidas e fracassou.
Embora vencendo a sonhada Libertadores, ele queria esse jogador.
Sabia que o Corinthians de 2012 não tinha uma estrela internacional.
Foi quando Gilmar Veloz e representantes da Nike falaram de Pato.
O atacante queria disputar a Copa do Mundo de qualquer maneira.
O Milan vivia dificuldades financeiras.
Não seria difícil repatriá-lo.
Veloz e Pato viram o Corinthians como trampolim.
Um clube campeão mundial e com a segunda maior torcida do país.
O jogador teria tudo para se impor, marcar muitos gols.
E se garantir na Seleção de Felipão.
Andrés achou o preço uma pechincha.
R$ 43 milhões por 60% dos direitos de um jogador de 23 anos.
Na sua cabeça com altíssimo poder de revenda, acreditou.
O médico Joaquim Grava examinou cada célula do seu corpo.
E deu seu aval.
Suas distensões musculares eram fruto de desequilíbrio.
Uma perna é mais forte do que a outra, situação até básica.
Ele não teria mais contusões musculares graves, prometeu.
E cumpriu.
O problema foi a profunda falta de observação do futebol de Pato.
O jogador ficou pouquíssimo tempo no futebol brasileiro.
Surgiu como um cometa no Inter e já foi parar no Milan.
As absurdas 14 contusões musculares atrapalharam.
Mas quando estava bem, por várias e várias vezes foi para o banco.
Por deficiência técnica.
A outra desculpa era sua pouca idade, inexperiência.
E assim não foi feito um trabalho profissional de observação do jogador.
Outro grande erro foi em relação a Tite.
Pato foi imposto a um time campeão da Libertadores e do mundo.
O treinador teve de engolir a estrela vinda da Itália.
Ele não foi consultado, foi avisado que o atacante chegaria.
Andrés não tinha a menor ideia de quanto Tite era grato ao grupo campeão.
E se sentia um traidor ao trazer um jogador de fora para roubar a cena.
Ter mais marketing dos que suaram, choraram, deram a alma pelos títulos.
Não era justo.
E avisou a Andres, Pato só jogaria quando fosse melhor dos que estavam atuando.
Um situação incompatível que colocou a perder o investimento de R$ 43 milhões.
E agora revelados, R$ 700 mil mensais.
A postura do técnico abateu o atacante.
Ele não imaginava que teria essa resistência.
Aí vem à tona outra falha imperdoável.
Andres nunca se preocupou em investigar a personalidade de Pato.
Bastaria ele ir para Porto Alegre, conversar com dirigentes do Internacional.
Ou mesmo com Dunga ou com a cúpula do Milan.
Pato sempre foi um atleta mimado e introspectivo, fechado.
Tratado como joia rara desde os tempos de garoto no Beira Rio.
E como sexy simbol pela imprensa internacional.
Adorou o período em que namorou a bilionária Barbara Berlusconi.
E quando fazia editoriais de moda para revistas como a Vogue.
Ao mesmo tempo nunca foi atleta com a 'cara do Corinthians'.
Bastava observar suas partidas pelo Milan.
Não dava demonstração de garra, dar carrinhos, brigar, discutir, se impor.
Alexandre sempre se manteve exageradamente frio, disperso.
Não cobrava companheiros, adversários, técnicos, juízes.
Um comportamento incompatível para um torcida acostumada com jogadores de garra.
Foi assim que perdeu o lugar na Seleção em 2010.
Apesar de toda pressão da Nike.
Não se impôs nem na Olímpica com o mesmo Mano Menezes.
Foi reserva no fracasso em Londres.
Nas mãos de quem não o pediu e o via como intruso, penou.
Mas não abriu a boca, não reclamou da reserva que Tite o condenou.
Enquanto isso, ele ia se desvalorizando.
Felipão logo o esqueceu.
Se tornou o símbolo da displicência na cavadinha contra o Grêmio.
Alienado, após a derrota diante do Goiás, não teve dúvidas.
Foi ao show da Beyoncé no Morumbi se divertir, no mesmo dia.
Pato nunca fez questão de esconder que estava de passagem no Parque São Jorge.
Colocou de maneira blasé o boné da Gaviões e gritou "Vai Corinthians".
Foi o máximo que se permitiu na sua apresentação.
Rejeitado pelos próprios torcedores não conseguiu cumprir a promessa de Andrés.
A que atrairia patrocinadores, eles fariam fila no Parque São Jorge.
Nenhuma empresa quis ligar sua marca à apatia de Alexandre Pato.
Sua péssima contratação tirou grande parte do poder de Andres no futebol.
E fez Mario Gobbi se rebelar e decidir se afastar da sua influência.
E sozinho o dirigente decidiu que negociaria Pato.
Empresários o ofereceram ao Cruzeiro, Atlético, Flamengo.
Mas o primeiro negócio que havia surgido interessou o atual presidente.
Trazer Jadson para o Parque São Jorge.
E, o mais importante, despachar Pato ao São Paulo.
Gobbi assinou com prazer o empréstimo do jogador até o final de 2015.
E ganhou o meia que Mano tanto pedia definitivamente.
O Corinthians ainda terá de pagar metade do salário do atacante até lá.
São R$ 350 mil.
Quando ele voltar restará apena um ano para o fim de seu contrato.
Mas os dirigentes corintianos não querem nem pensar na volta.
Não o querem com a camisa do Corinthians nunca mais.
Em todos os aspectos possíveis contratar Pato foi uma tragédia.
Atitude típica de um novo rico, que gasta sem pesquisar.
Andrés Sanchez não tinha a menor ideia quem era de verdade o jogador.
Não imaginava sua personalidade fraca para enfrentar tantas cobranças.
E muito menos o quanto age como um garoto mimado mesmo aos 24 anos.
Nunca foi o jogador que o Corinthians precisou.
A maior contratação da história do futebol brasileiro.
Se tornou o pior custo benefício de todos os tempos.
Vai recomeçar sua vida no São Paulo.
Com todo o apoio que nunca teve no banco de reservas.
Muricy já entendeu o que Juvenal quer.
A mesma coisa que fez com Ganso.
É para deixá-lo como titular não importa como estiver.
Será Pato e mais dez.
Tudo o que o jogador não ouviu no Corinthians.
E o que já é ruim, vergonhoso hoje, pode ficar ainda pior.
Com o São Paulo sabendo exatamente como tratar o jogador.
O Corinthians gastou R$ 43 milhões por 60% dos seus direitos...
Mais R$ 9,1 milhões em salários e direito de imagem.
Ainda R$ 7,7 milhões por 50% do que ele terá a receber no Morumbi.
R$ 59,8 milhões sairão do Parque São Jorge por Pato.
Dinheiro que mostra o que custa não fazer um trabalho profissional.
Agir como novo rico empolgado.
Andrés Sanchez pode bater no peito com todo orgulho.
O Corinthians fez o pior negócio de todos os tempos no Brasil.
Ninguém vai tirar esse seu mérito.
Ele propôs a negociação.
Todos a diretoria se empolgou.
E agora o clube vai pagar para Pato jogar no São Paulo.
O fracasso é de todos no Parque São Jorge...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão avaliados antes de serem liberados