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Agora, quando nem a Polícia Civil mantém a suspeita de que o ator e vendedor Vinicius Romão roubou uma senhora, e a Justiça determinou sua libertação, responda aí: se o Vinicius fosse loiro (e não negro) e trabalhasse num shopping do Leblon (e não da zona norte carioca), teria ido em cana com base em um reconhecimento para lá de frágil?
Vinícius fez parte do elenco da novela Lado a Lado, exibida em 2012
Para evitar sua prisão, não adiantaram as inconsistências da suspeita. Ele não foi reconhecido entre várias pessoas, como deve proceder a polícia, mas apresentado sozinho à
vítima. Tem emprego fixo de vendedor numa loja e seu roteiro na volta para casa não bate com o local do assalto. Mantém a vida padrão de jovem trabalhador de classe média: rala no emprego, cursa (ou acabou de cursar) a faculdade.
vítima. Tem emprego fixo de vendedor numa loja e seu roteiro na volta para casa não bate com o local do assalto. Mantém a vida padrão de jovem trabalhador de classe média: rala no emprego, cursa (ou acabou de cursar) a faculdade.
E daí? Não é loiro, nem estava no Leblon.
Se fosse e estivesse, os policiais o prenderiam?
A resposta sincera mostra não apenas o racismo persistente entre nós brasileiros, 125 anos depois da Abolição.
Mas que a cor determina os procedimentos do Estado e de agentes públicos, conforme evidenciam numerosas pesquisas.
A escravidão acabou, mas o Estado é racista.
Fonte: Blog do Mário Magalhães
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