O empresário Claudio Grigoletto admitiu ter engravidado e matado a mineira
O empresário italiano que matou a mineira Marília Rodrigues foi
condenado a prisão perpétua nesta quinta-feira (17).
O resultado do julgamento foi divulgado pela Agência Italiana de Notícias (ANSA).
O resultado do julgamento foi divulgado pela Agência Italiana de Notícias (ANSA).
A sentença foi dada em primeira instância por um tribunal de
Brescia, no Norte do país, após cinco horas de audiência e mais quatro
de deliberação dos juízes. O réu, Claudio Grigoletto, ainda pode
recorrer da decisão.
O crime ocorreu no dia 29 de agosto de 2013, em Gambara, e, em
março deste ano, o empresário detalhou como matou a mineira durante
audiência. Ao relatar o assassinato da amante, Grigoletto chorou muito e
confessou que pensou em suícidio.
Em seu depoimento, que durou duas horas, o réu manteve a versão de
que o crime ocorreu durante uma discussão. “Marília tinha uma tesoura
nas mãos e tentou me atingir na garganta, então eu a peguei por um braço
e a derrubei. Ela se chocou contra o batente da porta e começou a
perder sangue da cabeça. Suas pernas tremiam, então eu coloquei as mãos
no seu pescoço e o apertei”, contou.
Conforme o italiano, ao perceber que a mineira estava morta, ele
ligou o gás do local para dar a entender que a amante tinha morrido
asfixiada. “Eu não queria acreditar naquilo que tinha feito, mas eu
tinha consciência de tê-la matado. Quando percebi que estava morta, abri
o gás da caldeira do escritório. Espalhei amônia e ácido clorídrico
pelo corpo, depois peguei alguns jornais e tentei colocar fogo sobre
ele”.
Ele acrescentou que, no primeiro momento, negou a autoria do crime
para ter seus últimos momentos de “felicidade” com os dois filhos que
teve com sua esposa. Ao juiz, Grigoletto contou ainda que pensou em se
matar várias vezes devido ao assassinato da mineira e também as dívidas
contraídas por ele.
Entenda o caso
O corpo da mineira Marília Rodrigues, natural de Uberlândia, no
Triângulo Mineiro, foi encontrado no dia 30 de agosto, dentro do
escritório da Aviação Alpi do Brasil, empresa de compra e venda de
ultralaves, na cidade de Gambara, província de Bréscia, no norte da
Itália. Marília, que estava grávida de cinco meses, trabalhava no local,
e o corpo dela foi achado por James Conzadori, um dos seus chefes.
Conzadori tinha ido ao escritório para levar alguns documentos e se
deparou com a funcionária caída no chão.
Por meio da posição do corpo, das feridas na testa e outros
detalhes, peritos confirmaram que se tratava de um homicídio e
descartaram uma das hipóteses de que Marilia tivesse caído depois de ser
acidentalmente intoxicada por um gás, que escapava da caldeira de tubo
do escritório. As investigações indicaram ainda que o gás metano foi
liberado propositalmente para encobrir o assassinato.
Dias depois do crime, a polícia prendeu o proprietário da empresa,
Claudio Grigoletto. O filho que Marília estava esperando era de
Grigoletto. No entanto, homem era casado e tinha outras duas filhas.
Para o Ministério Público local, o crime foi praticado para encobrir a
traição. (*Com ANSA)
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