terça-feira, 14 de outubro de 2014

PMDB cada vez mais encalacrado com a Operação Lava Jato


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 Empresa de lobista ligado a PMDB e PT fechou contrato com a Petrobras

COMPLEXO Petrolífero do Rio de Janeiro (à esq.). Relatório da conta de Paulo Roberto Costa (no alto) aponta seu genro, Marcio Lewkowicz (acima), como suspeito, segundo  a PF, de administrar propinas envolvendo a construção da obra (Foto: Agência Petrobras)
Petrolífero do Rio de Janeiro (foto acima). Relatório da conta de Paulo Roberto Costa (imagem abaixo, à esq.)aponta seu genro, Marcio Lewkowicz (à dir.), como suspeito, segundo a PF, de administrar propinas envolvendo a construção da obra (Foto: Agência Petrobras) Era o que inquietava os integrantes do grupo naquela
reunião. As contas controladas por Humberto Mesquita foram abertas por profissionais, gente que sabe cobrir rastros. Recebiam dinheiro, segundo os documentos apreendidos pela PF, de multinacionais como Trafigura e Glencore. A conta administrada por Lewkowicz era um ponto fraco nas operações do grupo. Lewkowicz, segundo se relatou na reunião, abrira a conta no Royal Bank of Canada, na unidade com sede no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Era a conta com maior saldo: US$ 2,4 milhões. Num relatório preparado por Mesquita sobre as operações do grupo, com data de setembro de 2013, apreendido pela PF, consta a seguinte anotação: “Marcio acompanha esta conta e tem todas as informações para mantê-lo atualizado”.
Na reunião, discutiram-se as duas fragilidades da conta. Primeiro, ela foi aberta com a ajuda do doleiro Dario Messer, um dos mais notórios do Brasil. Hoje morando no Uruguai, Messer representa uma fragilidade porque já foi investigado em diversas operações da PF. A segunda fragilidade meteu mais medo nos presentes ao encontro secreto: a conta, segundo se relatou ali e foi confirmado por ÉPOCA com outros envolvidos na operação, recebia dinheiro da “Comperj”. Comperj é um complexo petroquímico em construção no Rio. É a maior obra da Petrobras, estimada em R$ 19 bilhões. Está atrasada em três anos e custará, no mínimo, R$ 31 bilhões. Naquele contexto, o nome Comperj significava, na verdade, as empresas e empreiteiras que participaram das obras no complexo. É a mesma suspeita já colhida pela PF. Na última semana, a PF também descobriu indícios de que esse esquema abasteceu campanhas eleitorais dos partidos que sustentavam Paulo Roberto no cargo.
Procurado por ÉPOCA, Lewkowicz afirmou não ter relação com a movimentação da conta.  “Não tenho nada com isso não, cara. Não tenho nada a declarar. Foi uma orientação. Pediram para eu não declarar nada.” Questionado se conhece o doleiro Dario Messer, afirmou: “Não tenho a mínima ideia de quem seja”. Lewkowicz foi acusado pela PF de destruir provas. Lewkowicz é casado com Arianna Costa, uma das filhas de Paulo Roberto. Arianna também foi acusada de destruir provas.
Antes do encerramento da reunião, o outro genro, Humberto Mesquita, pediu aos demais que, em futuros depoimentos, dissessem que o relatório preparado por ele, e revelado por ÉPOCA, fosse atribuí­do a Youssef – ambos são chamados de “Beto”. Poucos toparam. Há, e a PF sabe disso, uma briga entre os dois genros e as filhas de Paulo Roberto. Antes da operação, era apenas uma disputa por espaço no esquema. Agora, tornou-se uma briga pela sobrevivência. A reunião terminou sem acordo. Será cada um por si.
Nesta sexta-feira (11), seguindo o caminho do dinheiro pago pelos fornecedores da Petrobras, a PF foi a campo e cumpriu mandados de busca e apreensão em várias cidades, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo, e até na sede da Petrobras. Uma apuração que começara centrada nos crimes de um doleiro tornou-se uma megainvestigação sobre a corrupção na Petrobras. Ainda na sexta, enquanto os agentes vasculhavam a sede, altos funcionários da estatal eram discretamente demitidos. Foram apeados precisamente aqueles que operavam com Paulo Roberto e permaneciam na Diretoria de Abastecimento. O atual diretor, José Carlos Cosenza, indicado pelo PMDB e homem de confiança de Paulo Roberto, não caiu. Mas caíram outros funcionários ligados ao PMDB, como o gerente José Pereira, indicado pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Pereira era o funcionário que fechava as operações milionárias de compra internacional de combustível – aquelas que, segundo os documentos de Paulo Roberto, rendiam comissão nas contas secretas controladas pelo genro Humbero Mesquita.

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