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Por *Cláudia Santa Rosa
Clara e Lucas sabem que não são os senhores dos seus tempos e que é impossível ficarem juntos as 24 horas do dia e os sete dias da semana. Porém, já não resistem a intervalos longos entre um encontro e outro. A cada dia se sentem mais cúmplices,
mais um do outro. Desejam, perdidamente, ouvir a voz que acalma, fitar os olhos que conseguem contemplar a beleza que é a felicidade, sentir o cheiro que embriaga, o abraço que sossega, o toque ritmado das mãos deliciosamente pecadoras, a frequência dos batimentos do coração, a respiração ofegante, as sensações gostosas que são permitidas pelos lábios que se encontram, ainda que tudo dure algumas horas ou poucos minutos que se fazem eternos.
mais um do outro. Desejam, perdidamente, ouvir a voz que acalma, fitar os olhos que conseguem contemplar a beleza que é a felicidade, sentir o cheiro que embriaga, o abraço que sossega, o toque ritmado das mãos deliciosamente pecadoras, a frequência dos batimentos do coração, a respiração ofegante, as sensações gostosas que são permitidas pelos lábios que se encontram, ainda que tudo dure algumas horas ou poucos minutos que se fazem eternos.
O dia amanhece, depois de uma noite de pouco sono para Clara. Ela viu-se, por horas, perdida em seus pensamentos, revivendo cenas construídas com Lucas e tantas outras que deseja viver. Dormir é como se estivesse a perder um tempo precioso que ela necessita dedicar ao seu amor. De tanta saudade, Clara é movida pela espera do próximo encontro.
Lucas faz contato:
- Bom dia, mulher que me faz feliz!
- Até às 10h30, no máximo, quero estar em seus braços.
- Bom dia, mulher que me faz feliz!
- Até às 10h30, no máximo, quero estar em seus braços.
Clara responde:
-Bom dia, meu amor pra vida toda!
- Oba! Combinado!
-Bom dia, meu amor pra vida toda!
- Oba! Combinado!
Dali em diante, os segundos viram horas, os minutos viram dias e as horas parecem acumular o tempo de meses. Tudo tão longínquo! É sempre demorado demais o tempo de espera para os amantes.
De todo modo, aquele bom dia, finalmente, é a senha para Clara acordar, se sentir viva. Levanta-se pronta para ser feliz. Busca a sua imagem refletida no espelho e se descobre a mulher mais bela do mundo, uma beleza que vem de dentro. A beleza de quem comete, sem receios, as maiores loucuras para provar a intensidade da vida.
Como faz todas as manhãs, Clara ouve música enquanto se prepara para sair. O banho envolve um ritual do qual ela não abre mão. Cremes e cremes, óleos, sabonetes cheirosinhos, shampoos, espuma, muita espuma, loção, hidratante e, ao final, um tiquinho de perfume. Ali começa o encontro com Lucas, o seu amor mais do que cheiroso, incrivelmente vaidoso.
Clara escolhe a roupa que a deixa mais feminina possível. Sem muitos esforços, repete o seu estilo. Não segue tendências de moda. Veste-se! Vai ao encontro do seu amor. Ele a recebe com o sorriso safado de sempre. Lindo! Ali mesmo, no carro, começam as trocas de afetos, irresistivelmente, únicas.
Chegam ao destino. Disposto a sempre surpreender a sua Clara, Lucas decide que o primeiro banho do dia, apesar de todo ritual, não fora suficiente. Na verdade o ritual teria sido incompleto. Ali eram um só, únicos, apaixonados. Juntos, naquele mergulho, abraçadinhos, faziam a água borbulhar, ferver a 100 graus Celsius. O mundo era somente deles. O amor existe!
*Professora, especialista em Psicopedagogia, Mestre e Doutora em Educação.
(educadora@claudiasantarosa.com)
(educadora@claudiasantarosa.com)
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