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Foto: Hudson Helder
Acumulando perdas em decorrência da estiagem que castiga o Rio Grande do Norte há quatro anos, o setor leiteiro potiguar poderá passar por uma reformulação que tem como objetivo resgatar a produção e alavancar a economia da cadeia. O projeto
, confeccionado pela Câmara Técnica Setorial do Leite e Derivados (TecLeite), composta por 19 instituições públicas e privadas com atuação no estado, será apresentado amanhã (8) pela Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc) a possíveis parceiros e financiadores da ideia.
, confeccionado pela Câmara Técnica Setorial do Leite e Derivados (TecLeite), composta por 19 instituições públicas e privadas com atuação no estado, será apresentado amanhã (8) pela Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc) a possíveis parceiros e financiadores da ideia.
Orçado em R$ 14 milhões e previso para ser executado pelos próximos quatro anos, o TecLeite, segundo o diretor técnico da Anorc, Acácio Brito, é uma proposta técnica que poderá mudar a realidade da produção de leite e derivados no estado. “É uma proposta para reanimar o setor. A cadeia precisa de alguns ajustes que dependem de outras esferas”, detalhou. Os recursos, ainda não garantidos, serão pleiteados junto ao Governo do Estado, Sebrae, Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário e instituições locais ligadas à produção rural.
O dinheiro previsto para financiar o projeto irá viabilizar, conforme esclarecido por Acácio Brito, campanhas de marketing, análises técnicas da qualidade do leite produzido no estado, apoio ao produtor e melhorias nas fiscalizações do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn). “É um projeto que visa fortalecer o setor”, reiterou Acácio Brito, que também preside a TecLeite. O estudo que originou o projeto foi concebido ao longo de um ano por técnicos que avaliaram necessidades e demandas do setor leiteiro, incluindo as possibilidades de desenvolvimento do segmento em questão.
Perdas
Segundo dados da TecLeite, o Rio Grande do Norte acumula perdas significativas relacionadas ao rebanho e produção leiteira. Em quatro anos de seca, aproximadamente 50% do gado produtor de leite morreu e a redução do leite para consumo humano diminuiu em 100 mil litros. Dos 220 mil litros produzidos diariamente até meados de 2009, a coleta caiu para 120 mil litros diariamente. Nos tempos áureos, no início da última década, cerca de 600 mil litros por dia chegaram a ser ordenhados.
O reflexo mais significativo da queda acumulada nos últimos anos é observado no Programa Estadual do Leite, financiado pelo Governo do Estado. Há exatamente duas décadas, o então governador Garibaldi Alves Filho reativou o Programa no estado potiguar, originado a partir de uma decisão do então presidente José Sarney, como uma das ações para minimiza a mortalidade pela desnutrição no Nordeste brasileiro. Entre períodos de apogeu e declínio, os produtores de leite do Rio Grande do Norte viram empresas de beneficiamento fecharem por causa da morte do rebanho e, também, por atrasos no repasse de recursos acumulados pelo Executivo Estadual. Dos 150 mil litros de leite distribuídos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN) até 2009, o volume caiu pela metade esse ano. As últimas licitações para ampliação e até mesmo a manutenção do benefício foram desertas.
Num edital lançado em abril deste ano através do Programa de Aquisição de Alimento – Leite, dos 30 lotes ofertados para contratação, nove não despertaram interesse nas empresas. Estes representavam os maiores volumes de oferta do produto. Outros cinco, apesar de propostas apresentadas, não tiveram acerto final. O edital em referência garantiria a oferta do laticínio para 50 municípios potiguares até agosto de 2015. (Tribuna do Norte)
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