Como se
sabe, os imperadores romanos utilizavam do “panem et circenses” com a população
em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio,
funciona, e funciona bem. Os três imperadores de Guamaré provam que esta
estratégia é eficaz e que o povo só precisa de “H” para viver. Não questiono o
excelentíssimo prefeito Hélio, nem o
deputado Hermano e muito menos o governamental Henrique –
não por acaso, todos com a inicial H, e sua corja
oligárquica que são os Alves, pois nós, guamareenses, estamos costumados com o
maior carnaval do RN, e não nos importamos com a atual atração do mesmo, que
seja a era H, ou a onda azul, não importa, o que importa é ter festa!deputado Hermano e muito menos o governamental Henrique –
O jornal
noticia: “GUAMARÉ RECEBEU 70 MIL FOLIÕES POR DIA DURANTE CARNAVAL”. Noticia tem
quer ser desse jeito, em caixa alta mesmo, para chamar a atenção e mostrar que
o carnaval de Guamaré merece destaque! Um carnaval que move multidões, que
virou tradição, traz consigo remédios instantâneos de esquecimento e alegria.
Porém, o triste é que 70 mil foliões partem e 12 mil habitantes ficam.
Os 70 mil
foliões não convivem com falta de água, saneamento, de educação e segurança. Os
70 mil foliões não convivem com usinas eólicas denegrindo o manguezal da sua
cidade, com um hospital que só funciona para receitar dipirona ou paracetamol.
Assim, o carnaval de Guamaré não começa e termina em fevereiro, começa bem
antes, basicamente de 4 e 4 anos e possui 12 mil foliões, envolvendo, em média,
64,8 milhões em royalties por ano. São números envolvidos, mas carnaval é assim
mesmo, todo mundo se envolve!
Como afirma
Aldemir Freire, chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Rio
grande do Norte (IBGE/RN), “o CASO DE Guamaré é clássico. É a maldição da
abundância de recursos nos municípios. Parece uma sina. Os gestores não se
preocupam com uma qualificada destinação dos royalties para as áreas da
Educação, Saúde e Infraestrutura”. Aldemir pode até ter razão, em sua
afirmação, não o culpo, na verdade até o entendo por não ver motivos em gastar
13 milhões de reais em uma festa na mesma cidade em que o Ginásio Poliesportivo
está se sustentando por madeiras, em que os rios Aratuá e Miassaba servem de
fossa e impossibilitam o sustento de vários pescadores da região.
As águas de
maré expressão que deu origem ao nome Guamaré, estão sujas, não só pelo fato
dos gestores declararem uma suposta seca e logo após quererem “investir” 13
milhões de reais num festa em que mais uma vez o pão e circo entraria em ação;
mas não há problema, está tendo carnaval e o reto passa, na verdade tudo passa
menos os ônibus que deveriam levar os estudantes para a escola!
Milton
Santos um vez disse: “O mundo é dividido entre dois grupos, os que não comem e
os que não dormem com medo da revolta dos que não comem.” A população de
Guamaré está com fome, mas ela não quer só comida, ela quer comida, educação e
segurança, e, do mesmo modo, os gestores não dormem devido a insônia provocada
pela afirmação do procurador geral do Tribunal de Constas, Luciano Ramos: “Numa
situação de calamidade como esta, não há muito que comemorar. Os gestores não
devem fazer gastos desarrazoados com festas”.
Da mesma
maneira que anunciam o sucesso do carnaval de Guamaré, o blog de notícias
locais noticiou: “O Prefeito Hélio anunciou que este ano não haverá carnaval em
Guamaré.” A festa do povo guamareense acabou, mais ainda assim,
lamentavelmente, a era H promove o maior carnaval administrativo do Rio Grande
do Norte.
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