Nordeste Rural
O búfalo, no Brasil como no mundo, é usado de diversas formas pelo homem. Na Ásia, por exemplo, trabalha no cultivo do arroz. No Brasil, ajuda no patrulhamento da Amazônia. No nordeste vem se destacando como produtor de leite e animal de muita força e resistência física.
O Brasil tem o maior rebanho do Ocidente: um milhão e oitocentos mil animais. Entre os criadores brasileiros, são comuns quatro raças de búfalo: uma de origem italiana, a Mediterrâneo; duas indianas, a Murrah e a Jafarabadi. E a Carabao, de origem filipina, a única adaptada às regiões pantanosas. No Brasil ela é encontrada na ilha de Marajó, no Pará, local onde os búfalos foram introduzidos no país no final do século XIX.
Localizada no norte do Pará, em uma área em que nem os pescadores sabem dizer onde termina o rio e começa o mar, a ilha concentra o maior rebanho de búfalos do Brasil. De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, o Pará contava com cerca de 520 mil cabeças (38% do total nacional) em 2016, das quais mais de 320 mil estavam na costa norte e nordeste da ilha. Só o município de Chaves concentra pouco mais de 30% do rebanho do Estado, cerca de 160 mil animais – para se ter uma ideia, o segundo município com o maior número de búfalos no Brasil é Cutias, no Amapá, onde havia pouco menos de 77 mil cabeças.
No Brasil, a exploração de búfalos destina-se principalmente à produção de carne, pois ainda falta tradição dos criadores brasileiros em explorar a produção leiteira. Entretanto, a partir dos anos 80, verificou-se crescente interesse em animais com aptidão leiteira ou duplo propósito (leite/carne). A exploração para corte é normalmente feita sob sistemas extensivos, tendo como base alimentar as pastagens, porém sem suplementação adequada, o que leva ao não suprimento das exigências nutricionais do animal, fazendo com que esse não desempenhe sua capacidade produtiva, o que muitas vezes leva o produtor a abandonar a atividade.
A região Nordeste do Brasil compreende nove Estados da União ocupando uma área de aproximadamente 1,64 milhões de km2 , correspondendo a aproximadamente 20% do território nacional. Essa região vem sendo destaque nacional quanto à produção de búfalos, o que tem contribuído totalmente ou parcialmente com a renda de muitos produtores. Diante do potencial da bubalinocultura e de sua importância econômica para o Nordeste brasileiro.
Dados do IBGE, coletados em 2011, indicam que o rebanho de búfalos no Brasil chegava a 1,277 milhão de cabeças, o que representou um aumento de 7,8% em relação ao ano anterior (IBGE 2011), já em relação a 2002 esse crescimento foi de 14,5%, o que demonstra que a bubalinocultura tem apresentado expansão significativa pelo país.
O crescimento da bubalinocultura no Nordeste pode ser explicado pelo avanço do conhecimento por parte dos pecuaristas, que estão reconhecendo que os búfalos são animais que apresentam alta rusticidade, resistência a doenças e adaptabilidade a solos e climas nordestinos, apresentando a capacidade de produzir proteínas de alto valor biológico (carne e leite) a partir alimentos fibrosos de baixa qualidade, além de menor necessidade de reposição, visto a maior longevidade desses animais.
O Maranhão é disparado o Estado com maior efetivo de búfalos da Região Nordeste, possuindo 6,5% do efetivo de búfalos do Brasil, sendo o terceiro principal produtor do pais. Em 2011 apresentou um total de 82,65 mil animais, tendo o maior crescimento de 2002 a 2011 em relação ao número desses animais e também aos demais Estados do Nordeste. A bubalinocultura na Bahia e Pernambuco também é significativa, entretanto, este último Estado apresentou uma redução de 21,8% do rebanho desses animais no período estudado. Essa redução no número de animais é dada pela dificuldade que os produtores encontram para comercializarem seus produtos, uma vez que não há incentivo para o consumo desses e há uma grande necessidade de mais laticínios especializados em transformar o leite de búfala em
derivados, o que levaria a agregação de valor e estimularia o consumo e, consequentemente, a produção. O Rio Grande do Norte e a Paraíba apresentaram os maiores percentuais de crescimento, 426,2 e 865,3%, respectivamente. O Estado de Alagoas apresentou o maior percentual de redução (55,4%), passando do quarto para o sexto maior rebanho do Nordeste. Nos Estados de Sergipe, Piauí e Ceará também observa-se evolução da bubalinocultura.
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