Noite de ano na minha terra, de antigamente.

Logo cedo da noite começavam a chegar os carros vindo das fazendas para conhecerem as novidades da cidade e esperarem pela missa do ano novo(do galo) No mercado,parece que estou vendo, Dona Beatriz, Dona Maria Rita, nonagenária, Luiza Flor, Dona Francisca, (minha mãe) , Dona Maria de Severino Francisco! Dona Maria de Luís Garcia, Dona Maria Grande ,Dona Francisca de Anastácio, Dona Luíza Flor , Maria de Luis Albino,Petronila mãe de Marifon com sua bancas recheadas de bolo preto, de ovos, de milho, bom bocado, , pães, queijo , café, leite , que ao lado de memoráveis artesãs,com suas cestinhas de castanhas, alfinins, e outras vendendo bonecas de panos,enchiam a
nossa alma de menino, de felicidades pela chegada deste grande dia.
Em frente à mercearia de Joaquim Inácio, era instalado um parque, geralmente o São Luís,que era composto de balieiras, carrossel, Roda Gigante, laçou levou, tiro ao alvo, e outras atrações, que, todos os anos, nesta época, vinham embelezar a passagem do ano.
O interessante era do lado de fora do mercado público, rolete de cana, castanha, caldo de cano, refrescos coloridos sanduiches,sodoro assado de Seu Antonio dos Santos e muitos jogos, : as três cartinhas, o laçou levou, o bozó, de João Flor, que todo ano terminava o tamborete e a mesa em cima das casas , e nunca mais se ouvia falar, nem do copo , nem do bozó, usado na noite, do jogo de esplanada, onde os moços já participavam destes folguedos, onde o jogo ia até à hora da missa, logo depois se pegavam até de manhã. Ainda tinha a bagatela de bodega, e o famoso caipira de João Quixá
Posteriormente, quando a sociedade, se organizou, passou a ter o baile ,denominado de Réveilon. Coisas que o tempo não consegue acabar!