terça-feira, 9 de abril de 2019

PCC infiltrou doméstica e comprou casa vizinha à prisão para matar agente em Mossoró

Cinco pessoas irão a júri popular pela morte de Henri Charle em 2017

O homicídio do agente penitenciário federal Henri Charle Gama e Silva, ocorrido em Mossoró no ano de 2017, começou a ser planejado pelo PCC três anos antes. É o que consta na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) do Rio Grande do Norte contra
cinco pessoas acusadas da morte.
“Desde 2014, já havia uma movimentação junto à cúpula do PCC, com a emissão de um ‘salve’ [comunicado], no sentido de planejar ações que demonstrassem o descontentamento da facção com o que eles chamam de ‘opressão’”, diz o MPF.
De acordo com reportagem publicada pelo UOL, nesta segunda-feira, 8, o ‘salve’ de 2014 foi encontrado no ano seguinte entre os pertences do criminoso Anderson Conceição de Lira, o Profeta, morto durante uma operação realizada por policiais militares em 18 de novembro de 2015 em uma chácara de Salto, no interior de São Paulo. Na mesma ocasião, foi preso o membro encarregado pelo PCC de colocar o plano em prática, de acordo com as investigações da PF (Polícia Federal): Eduardo Lapa dos Santos.
No ano de 2015, a mando de Lapa, um antigo companheiro de cela dele, Jailton Bastos de Souza, potiguar de nascimento, passou as ordens à esposa, Gilvaneide Dias Mota Bastos, para comprar uma casa próxima da Penitenciária Federal de Mossoró. O objetivo era o de monitorar a rotina dos agentes, a partir de um ponto de observação, e assim escolher o alvo. Ela teve ajuda de Maria Cristina da Silva, de quem é irmã.
Encontrado o local, entrou em cena outro membro da facção: Edmar Fudimoto, o “Japonês”. Denunciado por tráfico de drogas em São Paulo, ele se apresentou como comprador aos donos da residência escolhida. O pagamento total de R$ 60 mil foi feito por Lapa, a partir de depósitos feitos em agências bancárias da cidade de Salto, onde ele seria posteriormente preso.
A outra parte do plano, após a escolha do alvo, foi infiltrar Maria Cristina como empregada doméstica de Henri Charle e sua família. Ela passou a informar Lapa sobre todos os movimentos do agente até o dia escolhido para matá-lo.
Por volta das 16h do dia 12 de abril de 2017, uma quarta-feira, o agente penitenciário federal Henri Charle Gama e Silva estava sentado em uma das cadeiras do bar Pais e Filhos, nas proximidades de casa, quando pelo menos dois homens desceram de um Fiesta branco e começaram a atirar com pistolas. Atingido pelas costas, ele conseguiu correr e tentou se abrigar atrás de um carro estacionado, porém um dos atiradores o alcançou. O assassino acertou um disparo à queima-roupa abaixo da orelha direita da vítima e outro no topo do crânio e fugiu de carro com outros comparsas. O agente morreu no local.
A única peça do quebra-cabeça que não foi desvendada pela PF é a identidade de quem efetuou os disparos que vitimaram Henri Charle. Lapa, Jailton, Maria Cristina e Gilvaneide negam participação no crime. Edmar está foragido. Os cinco irão a júri popular por decisão da Justiça Federal.
*Com informações do UOL.

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