Alfinetadas ocorrem após vazamento de supostas conversas de Moro e Dallagnol sobre a quantidade de políticos que deveriam ser investigados na Lava Renan Calheiros e Rui se alfinetam nas redes sociais. Foto: Redes sociais/ Marcelo Camargo da Agência Brasil
Rui Palmeira (PSDB) e Renan Calheiros (MDB) trocaram farpas pelas redes sociais. O senador compartilhou uma notícia sobre o vazamento de conversas em que o ex-juiz
federal Sergio Moro teria orientado o procurador-geral do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, a investigar apenas 30% dos mais de 300 nomes de políticos mencionados em delação feita pela construtora Odebrecht. O senador sugeriu que o prefeito de Maceió teria sido beneficiado porque o nome dele teria ficado de fora da investigação.
Na publicação em suas redes sociais, Renan Calheiros compartilhou a notícia do Uol, intitulada Moro orientou Deltan a “ficar com 30% de delação”; juristas veem fato grave”. A matéria traz como fonte os vazamentos das conversas que seriam entre o atual ministro da Justiça com Dallagnol, divulgadas pelo Jornal The Intercept. O senador replicou o trecho de um criminalista em que critica a suposta orientação de Moro para que o MPF investigasse uma pequena parcela de toda a lista de nomes.
“A lei não separa quem investigar e quem não investigar. Se há 100%, como no caso da Odebrecht, teriam de investigar todos”, replica Calheiros o comentário de especialista e depois acrescenta: “Dentre eles, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, mesmo depois de seu nome ter vazado como peneira”, concluiu na publicação.
Quase duas horas depois do comentário de Renan Calheiros, o prefeito de Maceió também alfinetou o senador pelas redes sociais. “O senador Renan Calheiros tem mania de nivelar todos pela sua régua. Me respeite e vá cuidar dos seus inúmeros processos no STF”, respondeu Rui Palmeira.
Em 2016, documentos apreendidos em uma operação da Lava Jato apontaram para uma lista com mais de 300 nomes de políticos que teriam recebido dinheiro da Odebrecht para financiar as campanhas eleitorais de 2012 e 2014. Ao lado de cada nome, havia os valores na tabela. Entre os políticos mencionados no documento estão o ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela (PSDB), o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, ambos do mesmo partido e o próprio senador Renan Calheiros.
Nas conversas atribuídas pelo Intercept a Moro e Dallagnol, o procurador havia repassado ao então juiz federal a quantidade de ministros, presidentes, senadores, deputados e prefeitos citados pela Odebrecht, em um acordo de delação, o montante de nomes totalizava 372 políticos.
Segundo o Intercept, Dallagnol teria dito a Moro: “Para dizer, teria que olhar um a um. Não temos esse levantamento ainda. Intuitivamente, com base nas leituras e análises: 30% claramente propina: eles e nós reconhecemos 40% zona cinzenta: depende de diligências ou análises 30% claramente caixa 2 e nós concordamos”, diz uma das mensagens.
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