Uma das filhas adotivas da deputada
federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD) afirmou, durante um depoimento
prestado à Polícia Civil em 24 de junho, que pediu a um de seus irmãos, Lucas
Cézar dos Santos, para matar o pai, o pastor evangélico Anderson do Carmo.
Marzy Teixeira
da Silva também disse que sua mãe sabia do plano. Ela deu as
declarações no mesmo dia em que Lucas contou a investigadores que, três meses
antes do crime, ocorrido em 16 de junho, recebeu uma proposta da irmã para
cometer o assassinato.
Marzy disse que, em conversa através de um aplicativo de
celular, ofereceu R$ 10 mil para Lucas matar o pastor. Ela afirmou que
pretendia furtar essa quantia da própria vítima. Marzy alegou que Lucas aceitou
a proposta e prometeu assassinar Anderson dentro da casa da família, no bairro
de Pendotiba, em Niterói.
A filha de Flordelis afirmou que discordou da ideia, e
pediu ao irmão para matar o pai depois que ele saísse de uma igreja, simulando
um assalto. Marzy, no entanto, disse que se arrependeu, e, horas depois do
início da troca de mensagens, teria ligado para Lucas e lhe pedido para
desistir do plano. Em seu depoimento, Lucas negou ter aceitado a proposta de
Marzy.
Pastor descobriu trama
Marzy também disse que contou à mãe sobre seu plano para
matar Anderson. Mas, segundo ela, Flordelis afirmou que não tinha dinheiro e a
alertou para que não fizesse nada de que pudesse se arrepender.
Ainda segundo Marzy, o pastor descobriu que estavam
planejando sua morte e chamou cada integrante da família para conversar. Ele
teria dito que grampearia os celulares de todos. Diante disso, Marzy e
Flordelis adquiriram novos chips de telefone.
Lucas e Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de
Flordelis, estão presos e já são réus no processo do assassinato de Anderson. A
polícia investiga uma possível participação de outros integrantes da família no
crime.
O GLOBO
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