A
diretora de redação da revista Época, Daniela Pinheiro; o redator-chefe, Plínio
Fraga; e o editor Marcelo Coppola, se demitiram da revista.
Eles
foram responsáveis pela publicação da matéria do repórter João Saconi, que se
passou por gay e fez, durante um mês, aulas de coaching online com a psicóloga
Heloísa Bolsonaro, nora do presidente da
República, publicando depois todas as
conversas dos dois nas páginas da revista Época.
Ameaçado
de ser alvo de ação judicial, o Grupo Globo, detentor da revista, emitiu nota
tratando a reportagem como “erro”, e pediu desculpas à nora de Bolsonaro.
Pouco
tempo depois de divulgada a nota foi noticiada a demissão da cúpula da redação
da Época.
Eis
a nota do Grupo Globo:
Como
toda atividade humana, o jornalismo não é imune a erros. Os controles existem,
são eficientes na maior parte das vezes, mas há casos em que uma sucessão de
eventos na cadeia que vai da pauta à publicação de uma reportagem produz um
equívoco.
Foi
o que aconteceu com a reportagem “O coaching on-line de Heloisa Bolsonaro: as
lições que podem ajudar Eduardo a ser embaixador”, publicada na última
sexta-feira. ÉPOCA se norteia pelos Princípios Editoriais do Grupo Globo, de
conhecimento dos leitores e de suas fontes desde 2011. Mas, ao decidir publicar
a reportagem, a revista errou, sem dolo, na interpretação de uma série deles.
É
certo que em sua seção II, item 2, letra “h”, está dito: “A privacidade das
pessoas será respeitada, especialmente em seu lar e em seu lugar de trabalho. A
menos que esteja agindo contra a lei, ninguém será obrigado a participar de
reportagens”. A letra “i” da mesma seção abre a seguinte exceção: “Pessoas
públicas – celebridades, artistas, políticos, autoridades religiosas,
servidores públicos em cargos de direção, atletas e líderes empresariais, entre
outros – por definição abdicam em larga medida de seu direito à privacidade.
Além disso, aspectos de suas vidas privadas podem ser relevantes para o
julgamento de suas vidas públicas e para a definição de suas personalidades e
estilos de vida e, por isso, merecem atenção. Cada caso é um caso, e a decisão
a respeito, como sempre, deve ser tomada após reflexão, de preferência que
envolva o maior número possível de pessoas.
O
erro da revista foi tomar Heloisa Bolsonaro como pessoa pública ao participar
de seu coaching on-line. Heloisa leva, porém, uma vida discreta, não participa
de atividades públicas e desempenha sua profissão de acordo com a lei. Não
pode, portanto, ser considerada uma figura pública. Foi um erro de
interpretação que só com a repercussão negativa da reportagem se tornou
evidente para a revista.
Em
sua seção 1, item 1, letra “r”, os Princípios Editoriais do Grupo Globo
determinam: “Quando uma decisão editorial provocar questionamentos relevantes,
abrangentes e legítimos, os motivos que levaram a tal decisão devem ser
esclarecidos”. E o preâmbulo da mesma seção estabelece com clareza: “Não há
fórmula, e nem jamais haverá, que torne o jornalismo imune a erros. Quando eles
acontecem, é obrigação do veículo corrigi-los de maneira transparente”.
É
ao que visa esta Carta aos Leitores. Explicar o que levou à decisão editorial
equivocada, reconhecer publicamente o erro e pedir desculpas a Heloisa
Bolsonaro e aos leitores de ÉPOCA.
Nesta
terça-feira (17), a cúpula da redação da revista Época decidiu pedir demissão
após uma nota publicada pelo grupo Globo se desculpando por uma reportagem com
a nora do presidente Jair Bolsonaro. A matéria trazia o repórter tendo sessões
de coaching com Heloísa Wolf Bolsonaro. A informação foi dada pelo site Portal
dos Jornalistas.
A
reportagem irritou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que chegou a
criticar integrantes da revista e ameaçou entrar com um processo. O texto foi
escrito pelo repórter João Saconi.
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http://www.thaisagalvao.com.br/
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