Embora
tenha sido solto, Lula não foi inocentado no caso do tríplex; veja outros
processos
Solto
nesta sexta-feira após um ano e sete meses na prisão, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) ainda é réu em ações que tramitam em diferentes
instâncias do Judiciário. Em liberdade após uma decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) que mudou o
entendimento sobre prisões em segunda instância, o
petista foi inocentado em apenas uma das acusações às quais responde — há
processos na primeira e na segunda instância da Justiça Federal e também no
Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de recurso levado pela defesa de Lula
ao STF para pedir a suspeição do ex-juiz Sergio Moro (atual ministro da Justiça
e Segurança Pública).
Veja
quais são os casos em que Lula é réu:
Caso
tríplex (STJ): Lula foi condenado em julho de 2017 pela 13ª Vara Federal de Curitiba
sob a acusação de ter recebido um apartamento tríplex no Guarujá (SP) como
propina paga pela empreiteira OAS. A contrapartida teria sido vantagem para a
empresa em contratos da Petrobras. A condenação foi ratificada pelo Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e pelo Superior Tribunal de Justiça. A
pena, que começou a ser cumprida no ano passado, é de 8 anos e 10 meses de
prisão. Há um recurso aguardando julgamento no STJ.
Caso
do sítio de Atibaia (TRF-4): A segunda condenação de Lula ocorreu no processo
relativo a um sítio localizado em Atibaia (SP), sob a acusação de ter aceitado
reformas no local feitas pela Odebrecht e a OAS. O dinheiro utilizado nas obras
seriam de propina decorrente de contratos da Petrobras, no valor de R$ 1
milhão. Em fevereiro deste ano, a 13ª Vara Federal de Curitiba fixou pena de 12
anos e 11 meses para Lula. Um recurso que aguarda julgamento no TRF-4 pede que
o caso volte à fase de alegações finais na primeira instância. O argumento é de
que os delatores do caso foram ouvidos após os delatados, o que contraria
entendimento recente do STF.
“Quadrilhão
do PT” (primeira instância): Lula é réu na 10ª Vara Federal de Brasília sob a
acusação de integrar um esquema chamado de “Quadrilhão do PT”, do qual
supostamente também teriam se beficiado a ex-presidente Dilma Rousseff e outros
integrantes da cúpula do partido. O caso, no entanto, pode ser arquivado em
breve, uma vez que em outubro o Ministério Público Federal (MPF) pediu a
absolvição do ex-presidente e dos outros réus.
Tráfico
de influência I (primeira instância): Ação que corre na primeira instância da
Justiça Federal em Brasília têm Lula como réu sob a acusação de tráfico de
influência para beneficiar a Odebrecht em contratos de financiamento do BNDES.
Os processos ainda não foram julgados e, em outubro, testemunhas ainda estavam
sendo ouvidas — entre elas, o empresário Marcelo Odebrecht e a ex-presidente
Dilma.
Tráfico
de influência II (primeira instância): Em uma ação desdobrada da chamada
Operação Zelotes, Lula responde, junto com o filho Luis Cláudio Lula da Silva,
à acusação de tráfico de influência na concorrência que resultou na compra de
caças suecos da Gripen NG pela Força Aérea Brasileira. Também sob investigação
da Zelotes, Lula é acusado de ter aceitado propina para aprovar a Medida
Provisória nº 471 de 2009, que beneficiava o setor automotivo prorrogando
incentivos fiscais para montadoras. O ex-presidente iria prestar depoimento
sobre o caso em outubro, mas a oitiva foi adiada pela 10ª Vara Federal de
Brasília a pedido de sua defesa.
Terreno
e apartamento (primeira instância): A 13ª Vara Federal de Curitiba julga se
Lula aceitou um terreno e um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) como
pagamento de propina da Odebrecht. A acusação é de que o espaço seria destinado
à construção de uma sede do Instituto Lula e de que a residência iria ser
utilizada pela família do ex-presidente. O caso ainda está na primeira
instância, mas a defesa do petista já recorreu ao STF para que ele seja
anulado. O argumento é o de que Lula foi ouvido após os delatores, embora o MPF
sustente que ele não teria sido prejudicado por isso. Ainda não houve
julgamento do processo e do recurso.
Doação
internacional (primeira instância): Na Justiça Federal de São Paulo, Lula
responde à acusação de ter aceitado R$ 1 milhão em propina do Grupo ARG em
forma de doação para o seu instituto. A contrapartida seria o auxílio do
ex-presidente para obter negócios junto ao governo de Guiné Equatorial.
Propina
da Odebrecht (primeira instância): A denúncia foi a aceita mais recentemente e
corre na Justiça Federal de Brasília, ainda em primeira instância. A acusação é
de que Lula teria recebido propina da Odebrecht, assim como os ex-ministros
Antonio Palocci e Paulo Bernardo. O empresário Emílio Odebrecht também é réu
nesse caso.
O
GLOBO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão avaliados antes de serem liberados