O
pente fino no INSS, previsto na medida provisória (MP) 871, que permitiu uma
operação especial de análise de processos com suspeitas de irregularidade,
resultou no cancelamento e na suspensão de 261,3 mil benefícios em quatro meses
de trabalho. Do total, 24.640 são do Rio.
Um universo de 1,84 milhão
beneficiários com processos suspeitos estão sendo notificados.
Segundo
dados do INSS, a medida já resultou em uma economia de R$ 336 milhões e, em um
ano, chegará a R$ 4,3 bilhões. A meta é bater R$ 10 bilhões por ano.
A
MP foi editada no início do ano, mas a operação começou a funcionar
efetivamente em agosto porque faltava liberação orçamentária para pagar um
adicional para os servidores na análise de processos suspeitos — um volume de
cinco milhões. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos e
deficientes da baixa renda foi o campeão de fraudes.
Do
total de casos suspeitos de servidores públicos estaduais e municipais que
deram declaração de renda falsa para obter o auxílio, 92,5% se confirmaram, o
que levou à suspensão de 4.700 benefícios.
Os
números se referem apenas ao cruzamento de dados da base do INSS com a folha de
sete estados e entre eles, o Rio. Diante do resultado, o trabalho foi ampliado
para as demais unidades da Federação.
O
levantamento mostrou a existência de servidores estaduais e municipais
recebendo o BPC , o que contraria as regras do programa. Uma servidora do Rio,
com renda mensal de R$ 15,8 mil recebia o BPC, desde 2012, o que resultou num
prejuízo de R$ 86 mil aos cofres públicos.
Outro
servidor do Estado do Rio com renda mensal de R$ 14 mil, recebia o auxílio
desde 1999. Na Baixada Fluminense, foi detectado caso de uma mulher que recebia
o BPC, acumulando duas pensões por morte.
O
Globo
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