Foto:
Reprodução/EPTV/Claudemir Camilo
O
goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, condenado a mais de 20 anos de
prisão por participação na morte da modelo Eliza Samudio, mãe de um filho dele,
obteve a liberação da Justiça de Minas Gerais para se
mudar para Mato Grosso e
trabalhar no Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, time com sede em Várzea
Grande, região metropolitana de Cuiabá.
A
decisão foi proferida pelo juiz Tarciso Moreira de Souza, da Vara de Execução
em Meio Aberto e Medidas Alternativas da Comarca de Varginha (MG).
A
ida de Bruno para o time varzea-grandense tem gerado polêmica desde o ano
passado, quando a proposta foi realizada pelo clube de futebol.
Entidades
como o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso (CEDM/MT)
divulgou uma nota de repúdio dizendo que alguém que tenha sido condenado pelo
crime de homicídio tem o direito a recomeçar a vida, inclusive profissional,
mas não deve ocupar uma posição em que deve ser tratado como ídolo.
O
conselho ressalta que Bruno, à época do crime jogador do Clube de Regatas do
Flamengo, foi condenado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver,
sequestro e cárcere privado.
“Trata-se
de alguém que demonstrou profundo ódio e total desrespeito às mulheres ao
tratar dessa forma cruel e bárbara aquela que seria a mãe do seu filho”, diz
trecho da nota emitida pelo conselho.
A
entidade ressalta que o futebol cria ídolos entre crianças e jovens, em
processo de formação, e entende que tratar como ídolo alguém capaz de cometer
um crime tão bárbaro é um fato bastante preocupante. “Mesmo tendo cumprido
parte da pena pela morte de Eliza Samudio e tendo obtido na Justiça a
progressão de regime para o semiaberto, a gravidade dos crimes cometidos por
Bruno Fernandes impõe que ele seja tratado com mais rigor e não como se fosse
um ‘ídolo’ que merece ser disputado por clubes de futebol”.
O
conselho lembra que em dezembro, Cuiabá foi uma das cidades a receber a
Campanha do Laço Branco, formada por homens que lutam pelo fim da violência
contra a mulher e que menos de 30 dias após o lançamento da ação o Operário vai
na contramão da campanha, tentando a contratação de alguém condenado pela
Justiça por ter matado uma mulher.
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