
Durante reunião com o presidente Bolsonaro, Abraham Weintraub enalteceu o trabalho desempenhado pela pasta e citou o programa Conta para Mim
O
ministro da Educação, Abraham Weintraub, que se reuniu com o presidente
Wilson
Dias/Agência Brasil
O
ministro da Educação, Abraham Weintraub, enalteceu o trabalho desempenhado pela
pasta no ano passado durante reunião com o presidente Jair Bolsonaro nesta
terça-feira (7). Ele citou, em
especial, o programa Conta para Mim lançado em
dezembro, que incentiva a leitura no ambiente familiar.
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"(O
programa) busca justamente valorizar o papel da família com as crianças
pequenas nesses primeiros momentos. Sai o kit gay e entra a leitura em família",
disse o ministro, no encontro transmitido ao vivo do Palácio do Planalto.
Bolsonaro
e seus apoiadores chamam de "kit gay" o material batizado de
"Escola sem Homofobia", que chegou a ser discutido dentro do
Ministério da Educação (MEC) em 2011, mas que teve produção e distribuição
vetadas pela então presidente da República, Dilma Rousseff. Durante a reunião,
foi exibido vídeo de balanço da atuação do MEC em 2019.
Das
ações destacadas, Bolsonaro comentou o fim do uso de livros didáticos
considerados por ele "péssimos" e uma "vergonha". O
ministro assegurou que a pasta deu uma "boa limpada" no material
oferecido nas escolas. "Já saiu muita porcaria, mas ainda vai (sair)
alguns (livros) que a gente não gosta", disse Weintraub.
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A
questão da ideologia de gênero, mencionada com frequência durante a campanha de
Bolsonaro, também foi destaque na conversa. Para o presidente, o tema não deve
ser tratado pelo MEC. "Uma parte do eleitorado se simpatizou comigo na
pré-campanha e na campanha, tendo em vista a educação. Não vi discussão sobre
ideologia de gênero. Isso, no meu entender não é para ser discutido lá (no
ministério). O pai quer que o filho seja homem, que a filha seja mulher; coisa
óbvia, né", disse o presidente.
A
fala foi apoiada por Weintraub, que acrescentou: "Quem educa é a família,
a escola ensina. A gente ensina a ler, a escrever, ensina o ofício. A gente
espera que a família eduque as crianças". O Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) de 2019, considerado "sem polêmicas", também foi elogiado pelo
presidente na reunião.
Ele
retomou as críticas à prova anterior, que mencionava a "linguagem secreta
dos gays" e questionou a contribuição do tema para os estudantes:
"não consigo entender o que contribuía uma redação com esse tema?",
questionou o presidente. Na verdade, a redação era sobre outro tema, a
manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. A
linguagem secreta dos gays fazia parte de uma questão da prova de Linguagens do
Enem daquele ano.
A
reunião ocorreu em meio a rumores da possível saída de Weintraub do governo.
Bolsonaro, contudo, apenas elogiou a atuação do ministro e citou a gestão de
Ricardo Vélez, que esteve à frente do MEC até abril de 2019, como um
"início conturbado". Sem citar diretamente o nome de Vélez, Bolsonaro
afirmou que apesar de "bem intencionado" faltou "malícia"
da parte do ex-ministro para "algumas funções que tinham de ser
mudadas".
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