Por João Siqueira
O legado efêmero do ex-pref Hélio
Tida como de primeiro mundo, a saúde pública de Guamaré era o “outdoor” da gestão do então prefeito Hélio. Os setores de urgência, emergência e cirurgias eletivas se tornaram conhecidos na região e projetaram o ex-prefeito em nível estadual. Comparando-os erradamente com a saúde de outras cidades, as pessoas atribuíram ao Hélio a melhoria dos serviços oferecidos aos guamareenses.
No entanto, os investimentos no sistema público de saúde em Guamaré acompanharam o crescimento da arrecadação do município – acompanharam o crescimento nos valores absolutos e não percentualmente -. De janeiro de 2013 a dezembro de 2017, a média da arrecadação mensal cresceu de R$ 12 mi para R$ 28 mi. Nesse período os gastos na saúde foram de R$ 30 mi (25%) para R$ 42 mi (18%) da arrecadação anual.
Em 2017 o município investiu só 18%, quase o mínimo de 15% estabelecido pela legislação. No mesmo ano, Macau investiu 34%. Portanto, não foi gestão a causa da melhoria da saúde, foi dinheiro: 18% de R$ 232 milhões de Guamaré supera os 34% de R$ 79 milhões arrecadados por Macau, naquele ano.
No ano seguinte, 2018, com a maior arrecadação da história, R$ 280.9 mi, Guamaré utilizou R$ 52.044.150,64 no setor e, como era esperado, conquistou o terceiro lugar do ranking das cidades que mais GASTARAM em saúde por cidadão no Brasil.
O ranking está disponível em um aplicativo, ONDE ESTÁ O DINHEIRO DA SAÚDE?, que visa facilitar a informação sobre investimentos na Saúde pública.
Há uma tabela no aplicativo que mostra sete áreas onde as prefeituras utilizam o dinheiro:
Alimentação e Nutrição;
Assistência Hospitalar e Ambulatorial;
Atenção Básica;
Outras Subfunções;
Suporte Profilático e Terapêutico;
Vigilância Epidemiológica;
Vigilância Sanitária
Em 2018, diferente das outras cidades que priorizaram as áreas de “Assist. Hopit. e Ambulatorial” e “Atenção Básica”, Guamaré destinou 81,04% do dinheiro da saúde em “Outras Subfunções”.
O atual prefeito, Adriano, era secretário da saúde no gov do ex-pref Hélio. Ambos “aparelharam” o setor para beneficiar empresas particulares com terceirização de exames básicos e complexos e mão-de-obra; locação de veículos e equipamentos; compra de remédios...
Agora o setor é o mais afetado com a queda da arrecadação municipal. Demissões, demora na realização de exames, falta de remédios e até de médico plantonista se tornaram problemas corriqueiros.
Em Guamaré, proporcionalmente, a quantidade e qualidade dos serviços não correspondem com a quantidade de dinheiro gasto. Com a continuação da queda da arrecadação, teremos sorte se sobrarem as paredes do hospital já que quase tudo lá é alugado.
Hélio e Adriano condenaram os guamareenses ao passada da “ambulânciaterapia” e de peregrinação nos hospitais da capital, nos casos mais graves que um corte no dedão do pé.
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