terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Leite de Cabras tem Anticorpos Contra o Câncer


 
CAPRINOS

Leite de cabra tem anticorpos contra câncer

Apenas um animal produz diariamente anti-VEGF para o tratamento de 60 pacientes
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Uma pesquisa realizada por cientistas do Núcleo de Biologia Experimental da Universidade de Fortaleza (Unifor) pode

revolucionar o tratamento de vários tipos de câncer. E a solução pode vir de um animal muito comum no Nordeste: as cabras. 

Atualmente grande parte dos insumos usados no tratamento da doença são importados, como o anticorpo anti-VEGF, por exemplo, utilizado para o tratamento de diversos tipos de câncer (pulmão, ovários e cólon). Pois o mesmo anticorpo foi encontrado no leite de caprinos transgênicos, estudados desde 2010 como forma de diminuir a mortalidade infantil e a diarreia no semiárido do país. As pesquisas se expandiram para o desenvolvimento de biofármacos para o tratamento de outras doenças, como a doença de Gaucher, doenças autoimunes, leucemias, linfomas entre outras. 

O estudo é coordenado pelos pesquisadores Saul Gaudêncio, Kaio Tavares e Leonardo Tondello. Eles descobriram que a concentração do anticorpo no leite de cabras é alta. Apenas um animal transgênico produz diariamente anti-VEGF suficiente para o tratamento de até 60 pacientes

No Brasil, um frasco contendo 400 mg do biofármaco custa até 7 mil reais. Os caprinos estão produzindo em média 3,8 gramas do anticorpo por litro de leite, o que corresponde a 9,5 frascos / litro de leite. “Dessa forma, a produção do medicamento surge como uma nova alternativa para o tratamento da doença, já que a produção do medicamento no leite caprino é consideravelmente mais barata em comparação a outras plataformas de produção”, explica Tondello.

Além disso o anti-VEGF encontrado no leite de caprinos transgênicos possui estrutura semelhante aos anticorpos humanos. Isso significa que tem baixo potencial de ser rejeitado pelo organismo humano. “Vários produtos que estão no mercado causam certo grau de rejeição, ocasionando algum grau de reação imune nos pacientes. Mesmo assim, são comercializados porque o efeito terapêutico deles compensa”, afirma Tondello. 

Os cientistas avaliaram que em uma comparação com o anticorpo comercial Avastin, mais usado no tratamento do câncer, o produzido no leite é ainda mais semelhante à imunoglobulina humana do que o próprio Avastin. 

Os estudos também analisaram a eficácia e a atividade do anticorpo com testes pré-clínicos in vivo em camundongos com câncer de pulmão. Os animais que foram tratados com o anti-VEGF produzido no leite de caprinos transgênicos tiveram uma redução bastante significativa no tamanho dos tumores. Os estudos também resultaram na elaboração de protocolo de purificação cujo processo traz resultados acima de 70%, o que significa alta eficiência. Como o anti-VEGF é obtido a partir do leite do caprino, o anticorpo precisa ser purificado, já que eventualmente será aplicado na corrente sanguínea, pela via endovenosa. Neste caso, é necessário que o anticorpo esteja totalmente purificado. 

A Unifor é pioneira no país na produção de biofármacos por meio de plataforma animal, utilizando a clonagem por transferência nuclear de células somáticas com células transgênicas como meio para estabelecer um sistema de expressão em leite de cabra.  Em maio de 2019, nasceram os primeiros caprinos geneticamente modificados destinados à produção do anti-VEGF. As cabras, produzidas e geradas na universidade, permitiram uma produção em maior escala do biofármaco
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