quinta-feira, 19 de maio de 2011

Em entrevista ao jornal “Marca Brasil”, ex-jogador conta que vive de favor na casa de um amigo, mas garante estar pronto para recomeçar

Muller (Foto: Divulgação)Müller em uma de suas tentativas como treinador
(Foto: Divulgação)
Após 20 anos de uma bem-sucedida carreira no futebol, Müller admitiu, em entrevista ao jornal “Marca”, que, sem carro ou plano de saúde, tenta encontrar forças para recomeçar do zero. Hoje, o bicampeão mundial pelo São Paulo (92 e 93) e campeão da Copa de 1994 com a Seleção Brasileira vive de favor na casa do ex-lateral Pavão por ter perdido todo o dinheiro que ganhou com mulheres e “outras besteiras”, como ele mesmo definiu.
- Sempre tive o futebol como meio de sobrevivência. E é assim até hoje. Mas não estou passando fome. Errei muito na vida. Tive bons momentos financeiros, mas errei. Fiz muita bobagem. Gastei tudo com besteira, com mulheres, carros, etc. Mas graças a Deus nunca usei drogas, nunca fumei nem mesmo um cigarro. Gastei com vaidades pessoais. Gastei dinheiro com amigos de ocasião. Por eu ser uma pessoa generosa, muita gente se aproveitou mesmo de mim. Perdi tudo que consegui no futebol. Joguei fora o que construí ao longo de 20 anos. Tenho caráter e isso não tem preço. É por isso que admito estar passando por isso - confessou o ex-jogador.
Após tentar a sorte como comentarista e treinador, Müller teve até de repassar a igreja onde era pastor. No entanto, aos 45 anos, garante que está pronto para começar de novo e revelou que recebeu convite para comentar o Campeonato Brasileiro por uma grande emissora de rádio.
- Estou cheio de saúde e pronto para recomeçar. Acertei hoje com uma grande rádio para comentar o Brasileiro. Tenho vigor para recomeçar do nada. Estou muito feliz com o convite que recebi hoje para trabalhar. Era um objetivo voltar a ser comentarista - disse.
Apesar das dificuldades, Müller garante que vive uma vida digna, assim como sua família. O ex-jogador diz que não sente falta do futebol e fez questão de fazer um alerta para os jovens que tendem a sucumbir ao deslumbramento após ganharem muito dinheiro no mundo da bola.
- Posso dizer que eu não sou exemplo para ninguém. O futebol me proporcionou tantas coisas boas que não posso me queixar de nada. Tenho um nome e fiz uma história. Não tenho saudade do futebol, nem da vida de rico que levei. Só tenho boas lembranças e isso é suficiente. Curti o que tinha que curtir. Agora, acabou. Espero que os jovens que estão começando não repitam meu erro. O que eu quero agora é que Deus me dê força para recomeçar do zero. E ele está dando - afirmou.
Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
 

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