quarta-feira, 13 de julho de 2011

BATALHÃO MALL: "NÃO PRECISAVA SER DESSE JEITO", DESABAFA SARGENTO PRESO NA OPERAÇÃO

BLOG DIQUE SABENDO

O sargento PM Francisco Xavier Leonêz, detido no início da semana passada em virtude da Operação Batalhão Mall, mostrou-se decepcionado com a condução da operação realizada em Assú. O praça permanece preso sob suspeita de corrupção nas instalações do BOPE, na zona Norte de Natal, e conversou de forma rápida com a reportagem durante a manhã desta terça-feira, 12. De calção azul, chinelos de dedo e com a camisa cinza da PM onde está gravado seu nome, o sargento tinha um semblante decepcionado. Sempre olhando para baixo, leu com calma o documento que autorizava a entrevista e disse calmamente: "Não tenho nada a declarar". Não demorou para cortar o silêncio e dizer que não estava confortável com a situação como foi tratado. "Não precisava ser desse jeito", afirmou em relação a forma da abordagem realizada. "Teve policial carregado na mala", continuou. O praça sustentou o argumento da aplicação de força desnecessária. "Se o comando tivesse convocado todos nós para sairmos de Assú, a hora que fosse, pra estar aqui em Natal. Viríamos todos, sem ser necessário os policiais invadirem as casas e os quartéis da cidade", completou. Leonêz retomou o silêncio e escutou o restantes das perguntas calado. Foi perguntado se, como o tenente-coronel Wellington Arcanjo de Morais declarou, também iria se desligar da Corporação depois do encerramento das investigações. Não comentou e se afastou da cerca de um metro e meio que dividia a equipe de reportagem dele. O sargento e o soldado Demétrio Rebouças Torres são os únicos praças detidos na operação que permanecem presos. Outros oito já conseguiram habeas corpus. O pedido aos dois primeiros foi negado pelo desembargador Rafael Godeiro e os praças já tentam recurso, ainda sem previsão de resultado. Os oficiais - major Carlos Alberto Gomes de Oliveira e o tenente-coronel Wellington Arcanjo de Morais -, também estão detidos, mas em outros quartéis da capital. Outros três empresários detidos sob suspeita de corrupção ativa conseguiram a liberdade através de liminar. Dos 15 detidos na operação, 11 já estão soltos.
Fonte: TRIBUNA DO NORTE

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