No ano de 1971 a seleção de Pedro Avelino participou do maior campeonato amador do Rio Grande do Norte, o Matutão. O técnico foi o grande José Djalma. Entre vários jogadores contratados, o destaque foi o zagueiro João Bosco, natural de Macau. Ao chegar na nossa cidade, se apresentou na casa de Zelito Calaça. Este indagou: 'como é o seu nome?'. O rapaz de 19 anos respondeu: 'o meu nome é João Bosco, mas pode me chamar de Toreite'. Sem dúvida alguma foi o melhor e o mais inteligente zagueiro que a cidade já teve. O moço tinha um físico de fazer inveja aos companheiros e com mais de um metro e oitenta de altura era uma perfeição na defesa e uma tranquilidade para os torcedores. Coisa rara em zagueiros, ele chutava forte com os dois pés e também desarmava facilmente os adversários. Limpava a área sem dar um chutão sequer, saindo sempre com a bola dominada na maior categoria, ao estilo de grandes zagueiros. A seleção desse ano tinha grandes jogadores: Murilo, Djalma, Arigó, Dandão, Zé Neguinho, Ibis, Galego, Chelo, Agenor, Tiba e outros que eu não me lembro. A seleção ficou em quarto lugar, perdendo a semi-final em casa para Areia Branca. O detalhe é que a partir daí Toreite foi contratado por grandes equipes do futebol do Rio Grande do Norte e da Paraíba, como o Baraúnas, o Potiguar de Mossoró e o Treze de Campina Grande, que ficou conhecido como JB. Após a eliminação da nossa seleção, a imagem que ficou registrada nesse cronista foi o choro de Toreite e Zelito, ambos abraçados. JB conseguiu fazer grandes amizades em Pedro Avelino, principalmente, com a família Rufino. Faleceu precocemente. Grande emoção.
Marcos Calaça, jornalista. (UFRN)
Marcos Calaça, jornalista. (UFRN)
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