segunda-feira, 8 de julho de 2013

Contra o câncer

Isaac Ribeiro - repórter
O desenvolvimento de um aplicativo específico, para celulares e tablets, pode agilizar e muito o diagnóstico do câncer e, consequentemente, intensificar o combate à doença de forma prematura. O professor Allan Martins, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, criou um software que auxilia na contagem de possíveis células cancerígenas, ainda na fase da biópsia — o que pode se tornar uma importante ferramenta para patologistas e oncologistas de todo o mundo, pois, além de conferir mais rapidez ao processo de identificação, também pode garantir mais precisão aos exames.
Alex RégisAplicativo desenvolvido por professor da UFRN reduz tempo de contagem de células cancerígenas e pode ser aliado importante no combate a vários tipos de câncerAplicativo desenvolvido por professor da UFRN reduz tempo de contagem de células cancerígenas e pode ser aliado importante no combate a vários tipos de câncer

O aplicativo analisa imagens de tecidos de biópsias processados com técnicas de imuno-histoquímica — processo de localização de células anormais em uma amostra de tecido. A principal vantagem do programa é que, através de uma imagem colhida no microscópio e enviada em forma de arquivo para um iPhone ou um tablet é possível processar a informação visual e distinguir  em pouco tempo quais são as células positivas e as negativas ao câncer.

“Algo que demoraria meia hora, uma hora, para dar a contagem, o aplicativo vai dar em segundos. E o diagnóstico é dado no final pelo patologista”, comenta Allan Martins, explicando ainda que o resultado de um exame desse tipo, nos moldes tradicionais, é difícil já que o patologista tem que contar quantas células estão com determinada textura malígna em relação às sãs — isso através da imuno-histoquímica. “Então, num campo onde tenha trezentas, quatrocentas células, essa contagem é muito tediosa, pois você vai ficar contando célula por célula.”

Com o uso do aplicativo criado pelo professor potiguar, o profissional de Patologia vai indicar uma ou duas imagens, selecionar algumas células, e o software faz o resto.

No procedimento normal, as imagens são processadas quimicamente, resultando em representações de células em cores e texturas distintas. A contagem tradicional, manual, além de ser bastante subjetiva, também pode incorrer em erros.

De acordo com Allan Martins, com o aplicativo conectado à internet é possível enviar estatísticas das células analisadas para a formação de um banco de dados de caracterização de tipos celulares, que poderá ser utilizado no futuro para deixar os diagnósticos cada vez mais precisos.

Em fase de ajustes finais, o aplicativo poderá ser utilizado para identificar qualquer tipo de câncer passível de ser diagnosticado através de imagens de imuno-histoquímica. “São vários tipos. Por exemplo, câncer de pele, de mama, ou qualquer um que você retire um pedaço de tecido, pólipos, material retirado de biópsias”, comenta o criador do programa.    

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