Yuno Silva - repórterMagnus Nascimento
Magnus NascimentoExposição reúne mais de cem trabalhos do artista, em recortes de várias épocas e ainda os novos miniquadros. Também está na mostra o sapato salpicado de tinta, sua marca registrada
Pedro pintor, Pedro poeta, Pedro peralta! Amigo inquieto, músico por instinto e amante dos pincéis e do azul; autodidata influenciado por impressionistas, que cai em campo com o grande propósito de fazer a revolução ‘armado’ com flores e cores. Assim é Pedro Pereira, eterno aprendiz e provocador de olhos sensíveis que sai de seu ninho e dos braços da amada Alda Maria, “fonte inesgotável de inspiração”, para se revelar em “O Jardineiro das Cores”. Em cartaz a partir de hoje na galeria Newton Navarro da Fundação Capitania das Artes, a exposição reúne mais de uma centena de trabalhos e apresenta síntese de mais de duas décadas de militância do artista nas trincheiras visuais.
A abertura de “O Jardineiro das Cores” acontece hoje, às 19h30, com visitação pública até o próximo dia 25 de setembro – data que sugestivamente adentra a Primavera. “Amigos, amados, amantes da arte pictórica, minha arte é para provocar olhos sensíveis e domar seres selvagens. Venha e deixe que a arte fale com você”, convida Pedro Pereira.
Na mostra, o pintor refaz sua trajetória através de quadros produzidos entre 1990 até 2013, porém enfatiza como recorte temporal os últimos quatro anos, período que testemunhou a criação de mais de uma centena de telas em pequenas proporções. “São eles que dão destaque à exposição. Uso muita flor, balaio e jarros, muita paisagem, abstratos, não tem um signo, não há um rótulo, apenas uma vida envolvida com a arte”, filosofa. A síntese pictórica do poeta-pintor comprova o refinamento e a maturidade de sua arte. Todas as telas estão à venda.
Pedro Pereira enxerga o azul como a fonte de tudo: “É o início de tudo, a fonte maior de inspiração, meu elo de ligação com o mundo. Sem azul não existe céu, a vida é azul!”
Com 50 anos de idade nas costas e muita história para contar, o artista recebeu a reportagem do VIVER em sua sala-ateliê para uma conversa franca seguida de tapioca, bolo de milho e café. Animado como sempre, nem mesmo as sequelas decorrentes do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sofreu em 2002 e afetou os movimentos do lado esquerdo do corpo, tiram o brilho nos olhos do artista: Pedro está radiante com a terceira grande exposição realizada após o acidente acontecido em Passa e Fica, sua cidade natal, durante o velório da mãe.
“Estava com sede de mostrar a cidade esse resumo da minha vida expressada na cor; a cor é o que há de mais belo dentro de mim e essa exposição o resultado de 23 anos de trabalho. Cada obra tem um pouco de mim, do que aprendi na vida”, disse Pereira peralta. Seus traços pós-impressionistas e a intimidade com as cores “são meio caminho andado” pelo artista que nunca teve aula de pintura. “Sou amigos das cores, brinco com o que amo: cor e pincel”.
Começou pintando com tinta acrílica sobre papel, passou para a camiseta, de onde tirou sustento e encontrou seu estilo – a arte-camiseta foi seu laboratório de experimentação e grande escola. Parte dessa cruzada está marcada nos sapatos que ilustram o encarte, respingados pelas cores do jardineiro: “É um dos objetos mais importantes, pois me acompanhou em grande momentos da vida”.
Dom guardado
As artes plásticas surgiram na vida de Pedro aos 17 anos, a reboque da necessidade financeira. Estudou até o ensino médio, o resto a vida ensinou, diz que não nasceu artista, “Se tornou artista. Tinha o dom guardado e não sabia disso. Quando deslanchou não parei mais”. Ele diz com humildade ser um eterno aprendiz, tanto para escrever quanto para pintar. “Não há um resultado final: o que eu aprendo escrevo, pinto. A vida é uma ciência sem fim; escrevo o que não sei pintar e pinto o que não sei escrever. Minha vida é um horizonte infinito com cores amores e flores”.Também poeta e músico, Pedro publicou “Lutar Pela Paz” em 1981, “Alto Astral” no ano seguinte e “Pingo de Força” (1983) e “Artemanhas” (1985), este em parceria com Vlamir Cruz. Nas décadas de 1980 e 90 integrou as bandas de rock Grupo Escolar e o Cabeças Errantes. “A música é a mais sublime das artes, não consigo fazer nada sem música: pinto, acordo e vou dormir com música. Ela me alimenta, é arte que mais me toca na vida, ouço tudo o que é bom, pois só existem dois tipos de música: a boa e a ruim”.
Inquieto e peralta que só ele, em 1999 decidiu que queria ver as artes plásticas floresceram em Natal, convidou amigos artistas e deu início às comemoração do Dia do Artista Plástico (8 de maio) ao lado de nomes como Marcelo Fernandes, Marcelus Bob, Vicente Vitoriano, João Natal e Flávio Freitas. Além de expor no RN, seus trabalhos também já foram mostrados em Recife, Fortaleza Brasília, Mossoró, Portugal e Espanha.
Serviço: Abertura da exposição “Pedro Pereira, o Jardineiro das Cores”. Sexta-feira, às 19h30, na Galeria Newton Navarro da Fundação Capitania das Artes. Em cartaz até dia 25 de setembro. Acesso gratuito.
Magnus NascimentoExposição reúne mais de cem trabalhos do artista, em recortes de várias épocas e ainda os novos miniquadros. Também está na mostra o sapato salpicado de tinta, sua marca registrada
Pedro pintor, Pedro poeta, Pedro peralta! Amigo inquieto, músico por instinto e amante dos pincéis e do azul; autodidata influenciado por impressionistas, que cai em campo com o grande propósito de fazer a revolução ‘armado’ com flores e cores. Assim é Pedro Pereira, eterno aprendiz e provocador de olhos sensíveis que sai de seu ninho e dos braços da amada Alda Maria, “fonte inesgotável de inspiração”, para se revelar em “O Jardineiro das Cores”. Em cartaz a partir de hoje na galeria Newton Navarro da Fundação Capitania das Artes, a exposição reúne mais de uma centena de trabalhos e apresenta síntese de mais de duas décadas de militância do artista nas trincheiras visuais.
Magnus Nascimento
Pedro Pereira está ansioso pela volta à galeria onde tudo começou: Estava com sede de mostrar
A abertura de “O Jardineiro das Cores” acontece hoje, às 19h30, com visitação pública até o próximo dia 25 de setembro – data que sugestivamente adentra a Primavera. “Amigos, amados, amantes da arte pictórica, minha arte é para provocar olhos sensíveis e domar seres selvagens. Venha e deixe que a arte fale com você”, convida Pedro Pereira.
Na mostra, o pintor refaz sua trajetória através de quadros produzidos entre 1990 até 2013, porém enfatiza como recorte temporal os últimos quatro anos, período que testemunhou a criação de mais de uma centena de telas em pequenas proporções. “São eles que dão destaque à exposição. Uso muita flor, balaio e jarros, muita paisagem, abstratos, não tem um signo, não há um rótulo, apenas uma vida envolvida com a arte”, filosofa. A síntese pictórica do poeta-pintor comprova o refinamento e a maturidade de sua arte. Todas as telas estão à venda.
Pedro Pereira enxerga o azul como a fonte de tudo: “É o início de tudo, a fonte maior de inspiração, meu elo de ligação com o mundo. Sem azul não existe céu, a vida é azul!”
Com 50 anos de idade nas costas e muita história para contar, o artista recebeu a reportagem do VIVER em sua sala-ateliê para uma conversa franca seguida de tapioca, bolo de milho e café. Animado como sempre, nem mesmo as sequelas decorrentes do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sofreu em 2002 e afetou os movimentos do lado esquerdo do corpo, tiram o brilho nos olhos do artista: Pedro está radiante com a terceira grande exposição realizada após o acidente acontecido em Passa e Fica, sua cidade natal, durante o velório da mãe.
“Estava com sede de mostrar a cidade esse resumo da minha vida expressada na cor; a cor é o que há de mais belo dentro de mim e essa exposição o resultado de 23 anos de trabalho. Cada obra tem um pouco de mim, do que aprendi na vida”, disse Pereira peralta. Seus traços pós-impressionistas e a intimidade com as cores “são meio caminho andado” pelo artista que nunca teve aula de pintura. “Sou amigos das cores, brinco com o que amo: cor e pincel”.
Começou pintando com tinta acrílica sobre papel, passou para a camiseta, de onde tirou sustento e encontrou seu estilo – a arte-camiseta foi seu laboratório de experimentação e grande escola. Parte dessa cruzada está marcada nos sapatos que ilustram o encarte, respingados pelas cores do jardineiro: “É um dos objetos mais importantes, pois me acompanhou em grande momentos da vida”.
Dom guardado
As artes plásticas surgiram na vida de Pedro aos 17 anos, a reboque da necessidade financeira. Estudou até o ensino médio, o resto a vida ensinou, diz que não nasceu artista, “Se tornou artista. Tinha o dom guardado e não sabia disso. Quando deslanchou não parei mais”. Ele diz com humildade ser um eterno aprendiz, tanto para escrever quanto para pintar. “Não há um resultado final: o que eu aprendo escrevo, pinto. A vida é uma ciência sem fim; escrevo o que não sei pintar e pinto o que não sei escrever. Minha vida é um horizonte infinito com cores amores e flores”.Também poeta e músico, Pedro publicou “Lutar Pela Paz” em 1981, “Alto Astral” no ano seguinte e “Pingo de Força” (1983) e “Artemanhas” (1985), este em parceria com Vlamir Cruz. Nas décadas de 1980 e 90 integrou as bandas de rock Grupo Escolar e o Cabeças Errantes. “A música é a mais sublime das artes, não consigo fazer nada sem música: pinto, acordo e vou dormir com música. Ela me alimenta, é arte que mais me toca na vida, ouço tudo o que é bom, pois só existem dois tipos de música: a boa e a ruim”.
Inquieto e peralta que só ele, em 1999 decidiu que queria ver as artes plásticas floresceram em Natal, convidou amigos artistas e deu início às comemoração do Dia do Artista Plástico (8 de maio) ao lado de nomes como Marcelo Fernandes, Marcelus Bob, Vicente Vitoriano, João Natal e Flávio Freitas. Além de expor no RN, seus trabalhos também já foram mostrados em Recife, Fortaleza Brasília, Mossoró, Portugal e Espanha.
Serviço: Abertura da exposição “Pedro Pereira, o Jardineiro das Cores”. Sexta-feira, às 19h30, na Galeria Newton Navarro da Fundação Capitania das Artes. Em cartaz até dia 25 de setembro. Acesso gratuito.
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