Chances serão quase nulas se empresa conseguir recuperação judicial, diz secretário de Estado de Massachusetts
O secretário de Estado de Massachusetts, órgão responsável por acusar a Telexfree de
ser uma pirâmide financeira bilionária, diz que dificilmente os
investidores conseguem recuperar o dinheiro em casos como esses. Caso a
empresa entre em recuperação judicial, como pediu, as chances são quase
nulas.
“Quando você tem um esquema desses, é improvável
que as pessoas recuperem o dinheiro”, afirmou William Galvin, em
entrevista à rádio WSRO, uma emissora de Massachusetts destinada à comunidade brasileira. “Sempre vai faltar dinheiro nesses casos.”
Na
última terça-feira (15), uma investigação das autoridades locais
concluiu que a Telexfree é uma pirâmide financeira que captou mais de R$
3 bilhões em todo o mundo. No Brasil, promotores estimam que 1 milhão
de pessoas investiram no negócio.
Segundo Galvin, o objetivo agora é conseguir mapear
onde está o dinheiro, para conseguir ressarcir, ainda que parcialmente,
os investidores, chamados de divulgadores. O secretário adiantou que
ninguém vai reaver 100% do que investiu.
Recuperação judicial dificultará situação para divulgador
A situação pode ficar ainda pior para o investidor se a Telexfree conseguir entrar em recuperação judicial, como pediu à Corte de Falências pouco antes de ser declarada uma pirâmide.
Isso porque o dinheiro poderia ser destinado a pagar, inicialmente, outros credores da empresa, explicou Galvin. Como o iG mostrou, a Telexfree colocou a familiar de um dono da empresa como um de seus maioers credores, e disse à Justiça que muitas das dívidas com os divulgadores são indevidas.
“Eles [os investidores] podem não conseguir nada [se a recuperação for aceita]”, disse Galvin. “[A recuperação] seria um problema. Por isso estamos ansisos para que a corte [de Falências de Nevada] saiba que é uma fraude.”
Procurados,
os representantes das Telexfree não responderam imediatamente aos
pedidos de comentários. Em vídeo divulgado numa rede social nesta
quinta-feira (17), um de seus diretores defendeu a inocência da empresa e
pediu para os divulgadores rezarem para que o processo de recuperação
judicial seja aceito.
No Brasil, o grupo enfrenta uma
ação em que o Ministério Público do Acre (MP-AC) pede o fim das
atividades do negócio e a devolução do dinheiro aos divulgadores. O
processo ainda não foi julgado.
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