sexta-feira, 20 de novembro de 2015

DA RÁDIO SOCIEDADE DO RIO DE JANEIRO AO PLIM PLIM DA REDE GLOBO


Quando recebi de do Sr. Fernando Soares, o convite para participar do seu encarte virtual sobre cotidiano de Afonso Bezerra como colaborador, respondi de imediato que essa era uma proposta difícil de atender por vários motivos. A falta de habilidade com as letras e com as palavras impedia-me de atendê-lo. Posteriormente, depois de colocar minha cabeça no travesseiro e pensar e repensar exaustivamente, me convenci de que todas
as minha deficiências  do comunicador que não sou, poderiam ser compensadas com o desejo de ser útil, assim aceitei o convite. Mesmo com essas minhas limitações, sempre tive a consciência de que em toda a sua historia, o rádio, a televisão, as revistas e os jornais impressos, a chamada imprensa escrita e falada, vem sendo usado em todo o seu potencial. O uso da mídia, combinado com os que levam a informação e os que são informados, criou um permanente e necessário círculo de inegável utilidade. Com o tempo esses veículos foram crescendo e se transformaram em gigantes, em algumas vezes verdadeiros monstros capazes de seduzir (no pior sentido da palavra), manipulando de forma perigosa pensamentos e ideias, subtraindo do indivíduo o direito de pensar.  Apercebendo-se disso alguns personagens de menor valor moral, lançaram mãos desses instrumentos que deveriam existir apenas para servir a sociedade, transformando-os em uma verdadeira máquina de fazer fortuna, usando essas maravilhas para atender unicamente aos seus interesses pessoais. A partir daí, não se mediria mais o valor do tempo usado nesse meio em anos, meses, dias ou horas. O minuto passou a ser a unidade de tempo mais aceita para medir a sua importância em moeda, o espaço de tempo mais valioso do calendário humano. O termo “tempo é ouro” deixou de ser apenas uma retorica popular e passou a ser ouro de fato, tamanho o seu valor monetário dentro do ramo da informação.  E como, onde existem riqueza e dinheiro há ambições, delinquências, informar passou ser a prática de menos importância passando a ser um grande negócio. E para agravar mais ainda o cenário “catastrófico”, provocado por esse “ninxo  de mercado”, a voz da imprensa passou a ser a verdade absoluta. Transformando-se, então, em um perigoso  instrumento manipulador de ideias, vontades, costumes  e comportamentos. O ruim passou a ser bom, o bom passou a não prestar.  Matérias passaram a ser censuradas ou publicadas de acordo com a vontade de quem pagasse mais. Arvorar-se nesses expedientes quase promíscuos passou a ser uma prática rotineira e um negócio extremamente lucrativo. Passaram a pagar muito, passaram a pagar fortunas todos aqueles que querem  ver suas mentiras transformadas em verdades, e suas verdades em mentiras. Do outro lado da extensão, se encontra a pobre vítima: o espectador, que sem se dar conta alimenta, engorda e nutre, com sua ignorância, esse feroz monstro destruidor sustentando-o com sua valiosa atenção. Dando aos que lhe vendem mentiras e meias verdades, um  valor em ouro computado por preciosos minutos. Transformando o seu já escarço tempo em algo completamente inútil e  irrecuperável. Deixando-o em estado de torpor entre um plim plim e outro, entre o primeiro e o último capítulo da novela das oito.


SILVIO MENDEZ

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