Jair Bolsonaro,
acompanhado da esposa Michelle, vota na Escola Municipal Rosa da Fonseca, no
bairro da Vila Militar, zona norte do Rio, no domingo (28) — Foto: Estadão
Conteúdo/Wilton Junior
A
mulher dos bastidores. A frase resume Michelle Bolsonaro em diferentes
situações da vida, como eventos familiares, sua função na igreja evangélica que
frequenta e seu papel em toda a campanha
política do marido, Jair Bolsonaro.
Com poucas aparições públicas, Michelle prefere adotar a discrição, não
trabalha na linha de frente, mas é sempre atuante quando o assunto é
solidariedade, segundo amigos do casal contaram ao G1.
Vinte
e sete anos mais nova que Jair – ele tem 63 anos e ela, 36 –, Michelle, que é
natural de Brasília, chama a atenção por seu jeito simples. Não gosta de roupas
chamativas, não frequenta baladas, é muito religiosa e “linha dura” com as duas
filhas: Letícia Aguiar, de 16 anos, fruto de um relacionamento anterior, e
Laura, de 8 anos, do casamento com Bolsonaro.
Envolvida
nas causas de pessoas com deficiência, Michelle faz parte do Ministério de
Surdos e Mudos da Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do
Rio. Lá, ela atua como intérprete de libras nos cultos que acontecem aos
domingos.
Na
Atitude, ordens extremas proíbem que funcionários falem sobre o perfil da
mulher do presidenciável. Qualquer informação, de acordo com uma atendente, só
pode ser dada por meio da assessoria de comunicação da instituição.
Antes
de mudar para a Igreja Atitude, Michelle frequentou por muitos anos a
Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também na Barra, que tem como pastor
Silas Malafaia. Foi ele quem celebrou a união religiosa de Jair e Michelle, em
2013.
Silas
define a primeira-dama como “simples, recatada e que não gosta de aparecer”.
Conta que ela é prendada ao montar mesas para recepcionar convidados e que não
dá moleza para as filhas.
“Tem
mulher que é perua, desculpe a expressão, mas ela não é assim. Tem uma beleza
com simplicidade, não é espalhafatosa, nunca gostou de aparecer ou colocar a
cara para fora. Nem de se exibir. Ela gosta de trabalhar nos bastidores”, conta
Malafaia, que a conheceu 2008, quando Michelle começou a frequentar sua igreja.
Na
igreja do pastor, ela já costumava trabalhar nos bastidores, em setor
intitulado como “Mulheres Vitoriosas”, em que a prioridade era ajudar em obras
sociais e na integração de mulheres com problemas e necessidades.
‘Mãezona
encrenca’
Com
as filhas, o pulso é firme. Michelle é “mãezona encrenca”. A expressão para
definir Michelle como mãe nasceu do próprio Jair, segundo amigos.
“Ela
não dá mole para as gurias. Está sempre observando o que elas fazem, acompanha
tudo. Bolsonaro diz que quando ela está no comando, brigando com as filhas, ele
nem se mete com medo”, diz Malafaia, aos risos.
Michelle
e os outros filhos de Jair – Eduardo, Carlos, Flávio e Renan – mantêm uma
relação amigável. De acordo com pessoas que conhecem a família, nunca foi vista
nenhuma discussão entre eles.
Empenho
em ajudar as pessoas
Michelle
apareceu na propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro na última quinta-feira (25),
em um programa dedicado às pessoas com deficiências. Na ocasião, Jair
apresentou Michelle como defensora da causa.
“Uma
mulher forte e sensível, dedicada à causa das pessoas com deficiência”,
comentou o presidente eleito no vídeo.
Nas
imagens exibidas na TV, Michelle explica que aprendeu libras sozinha e que tem
se empenhado a ajudar pessoas.
“Minha
mãe ensinou que a gente não podia negar água nem comida pra ninguém. E a gente
cresceu com isso. Eu tenho um tio surdo, e ele que plantou essa sementinha na
minha vida. Me despertou amor pelas libras, fui estudar e aprendi sozinha, e
esse amor só foi aumentando. ”
Casamento
com Jair
Jair
Bolsonaro e Michelle de Paula Firmo Reinaldo (nome de solteira) se conheceram
em 2007, na Câmara dos Deputados em Brasília, quando ela era secretária
parlamentar. Pouco tempo depois, Michelle foi trabalhar com Bolsonaro, a
convite dele, e em 18 de setembro do mesmo ano foi nomeada secretária
parlamentar do gabinete dele. Antes, também trabalhou nos gabinetes dos
deputados federais Vanderlei Assis (PP-SP) e Dr. Ubiali (PSB-SP) e na liderança
do PP.
De
acordo com o jornal Folha de SP, nove dias após ser contratada, os dois
firmaram um pacto antenupcial. Dois meses depois, se casaram no civil. Em 2008,
Michelle foi exonerada, pois o STF proibiu o nepotismo na administração
pública.
A
cerimônia religiosa do casal, no entanto, só aconteceu em 2013, sob o comando
do pastor Silas Malafaia. Animada, a festa teve cerca de 150 convidados,
incluindo desembargadores, juízes, promotores, oficiais-generais.
Das
poucas vezes em que citou a mulher, Bolsonaro usa palavras de carinho. Michelle
não faz diferente: “Jair é um cara muito humano, que se preocupa com as
pessoas. Ele é muito brincalhão, muito natural, muito dado. Tem um brilho no
olhar diferenciado. Ele é um ser humano maravilhoso, é o meu amor, né? ”,
definiu Michelle no vídeo gravado para a campanha.
Ao
Jornal Nacional, deu neste sábado (27) uma das raras entrevistas – a única,
segundo Bolsonaro (“Ela não falou com ninguém até hoje”, disse) – e comentou o
projeto de o marido ser candidato à Presidência: “Deve estar maluco, mas, se
ele quer, vou apoiá-lo”, disse, sob risos de Jair. “Agora, está nas mãos de
Deus”.
Sobre
o futuro como primeira-dama, Michelle disse querer fazer “todos os trabalhos
sociais possíveis”: “É um chamado que eu tenho, né? Tive essa aproximação com
as pessoas com deficiência, os surdos, eu tive um tio surdo também. Tenho muito
amor por essa comunidade. Quero fazer o melhor”.
G1
Pelo jeito e uma grande mulher parabéns
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