De Maiara Felipe para o Diário de Natal
Foram 16 anos à frente da banca de jornal mais famosa do bairro de Petrópolis. Mas os 21 assaltos durante esse período colaboraram para Jussier Ramalho desistir de ter um estabelecimento na avenida Afonso Pena. A banca foi vendida há 15 dias, e agora receberá um novo nome: Prática João Maria. A situação de insegurança na avenida é latente, apesar das rondas frequentes da Polícia Militar pela área, os comerciantes estão reclamando e os clientes cada vez mais assustados. Vlademir Gomes, proprietário da Lirius Boutique do Pão, localizada ao lado da Prática, lembra que logo após a padaria ter sido assaltada, dois policiais ficavam se revezando pelo quarteirão. Porém após o Carnatal, a dupla não foi mais disponibilizada para o local, e os comerciantes estão contando apenas com o patrulhamento de viaturas da Polícia Militar. O assalto à padaria, que aconteceu em um sábado às 13h30, ganhou notoriedade na imprensa, mas nada que supere o da Padaria Petrópolis, que também ocorreu no mesmo horário, no final da mesma avenida, no mês passado. A ação dos assaltantes deixou três feridos, sendo que uma dessas pessoas ficou paraplégica.
O palestrante Jussier Ramalho deixou claro que um dos principais motivos que fizeram ele vender a banca, foi o nível de insegurança do bairro. "Ao longo de 16 anos fui assaltado 21 vezes", contabilizou. O comerciante disse que compareceu à delegacia para fazer o Boletim de Ocorrência (BO) apenas duas vezes, mas que, após todos os roubos, a PM esteve presente. "Consegui filmar quatro vezes e isso nunca resolveu nada", enfatizou.
Somente a funcionária, que trabalha no período da tarde na Prática, foi assaltada oito vezes. Os furtos e roubos na avenida têm acontecido em todos os horários. O último assalto ao local, uma semana após o da Lirius Boutique, foi feito contra a esposa de Jussier. " Foi no sábado. Na hora que ela estava abrindo a banca. Lá estão assaltando pela manhã, tarde e noite", relatou. Para Jussier a insegurança não está relacionada ao trabalho da PM. "Os policiais sempre fizeram a parte deles. O estado é que tem poucos policiais. A população cresce e o número de PMs, não", apontou. Jussier acredita que abrirá outro estabelecimento, de preferência em um shopping. "Pelo menos é uma sensação de segurança maior", confirmou.
O subcomandante do Policiamento Metropolitano, tenente-coronel Alarico Azevedo, afirmou que o patrulhamento continua no local. Apesar disso, é preciso ser feito o trabalho investigativo da Polícia Civil. A reportagem entrou em contato com a Delegacia de Furtos e Roubos (Defur) para falar com o delegado Atanásio Gomes, mas ele estava em diligência externa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão avaliados antes de serem liberados