sexta-feira, 26 de agosto de 2022

No JN, Lula admite corrupção na Petrobras e ataca delação premiada


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, admitiu, em sabatina ao Jornal Nacional, da TV Globo, que a Petrobras foi alvo de casos de corrupção. “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram (os crimes)”, disse o ex-presidente, que foi confrontado pelos desvios de recursos públicos na estatal durante seu governo.

O ex-presidente, no entanto, atacou a delação premiada. “As pessoas confessaram e, por conta das pessoas confessarem, ficaram ricas por confessar”, afirmou. O petista se esquivou de anunciar novas medidas para impedir a repetição de escândalos de corrupção caso vença a eleição. Ele afirmou ainda que “a Lava Jato ultrapassou limite da investigação e entrou no limite da política”. “O objetivo era tentar condenar o Lula”, disse o petista, se referindo na terceira pessoa.
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP), Lula foi preso em abril de 2018 e passou a cumprir pena em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Foi solto um ano e sete meses depois, beneficiado por decisão do Supremo Tribunal Federal que derrubou a possibilidade de execução de pena após sentenciado em segunda instância.


Lula ainda defendeu o aque apontou como ações de combate à corrupção realizadas durante os governos do PT. “Durante cinco anos eu fui massacrado e estou tendo a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. A corrupção só aparece quando você permite que ela seja investigada”, afirmou.


Lula também não se comprometeu a manter a escolha do procurador-geral da república por meio de lista tríplice eleita pelos procuradores. Disse que só vai decidir isso depois da eleição. “Eu respeito muito o Ministério Público, mas a força da Lava Jato quase joga o nome dele na lama.” Lula afirmou não querer “um procurador leal a mim”. “Ele tem de ser leal ao povo brasileiro, pois a instituição que garante a democracia deve ser forte.”


E seguida, o petista se esquivou de se comprometer com medidas econômicas. Apoiou-se no vice de sua chapa, Geraldo Alckmin (PSB) para mostrar crédito na área econômica, prometendo “credibilidade, estabilidade e previsibilidade”. “Eu estou até com ciúmes do Alckmin. O Alckmin já foi até aceito pelo PT. Eu tenho 100% de confiança que a experiência dele como governador de São Paulo vai me ajudar a consertar esse País.”


Lula falava rápido e conseguia estender suas repostas sem permitir que os entrevistadores William Bonner e Renata Vasconcellos o interrompessem. Até quando foi confrontado com os números da economia durante a gestão de Dilma Rousseff (PT), o petista buscou se distanciar, criticou a desoneração fiscal como equívoco.


“Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ao fazer R$ 540 bilhões de desonerações em isenção fiscal. Quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela. O Eduardo (Cunha), presidente da Câmara, e o Aécio no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não fizesse mudanças”, disse. “Se um dia você deixar a Globo, Bonner, você vai aprender que rei morto, rei posto.”


Ao responder sobre a polarização política no país e a responsabilidade do PT na criação desse clima, afirmou ser favorável à polarização e que ela só não existe no partido Comunista Chinês e no Cubano. A crítica aos comunistas foi um aceno ao centro e aos críticos que cobram um compromisso do PT com a democracia como um valor universal.


“Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ao fazer R$ 540 bilhões de desonerações em isenção fiscal. Quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela. O Eduardo (Cunha), presidente da Câmara, e o Aécio no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não fizesse mudanças”, disse.


Críticas ao adversário


Lula foi duro com as palavras ao falar do orçamento secreto. Ele chamou o mecanismo revelado pelo Estadão de “excrescência” e de um “escárnio”. “(O orçamento secreto) não é moeda de troca, isso é usurpação de poder. Acabou o presidencialismo. Bolsonaro é refém do Congresso, ele sequer cuida do orçamento. Isso nunca aconteceu desde a proclamação da República”, disse.


O petista, que chamou Bolsonaro de “bobo da corte”, ainda usou o orçamento secreto para minimizar o escândalo do mensalão. “Você acha que o mensalão que tanto se falou foi mais grave que o orçamento secreto?”, questionou.

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